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Mulheres 50+ : conhecendo o mundo e protagonizando a própria história

Esse relato é uma fonte de inspiração para mulheres com mais de 50 anos que desejam conhecer o mundo sem medo e criar a sua própria história.

Elceli

Jun 24, 2023

5min

mulheres viajantes cinquenta anos

Às vésperas de completar 57 anos, me aposentei e resolvi cair no mundo viajando sozinha, e por que não? Afinal, idade é só um número!

Quando contei sobre meus planos para minha família e amigos, vieram as perguntas e comentários: “Mas vai sozinha?”, “Não tem medo?”, “Que coragem, hein!”.

Estes comentários e questionamentos me deram mais força ainda. Saber que eu estaria representando muitas mulheres que, mesmo depois dos 50, casadas ou não, gostariam de ter esta iniciativa, me deixou profundamente orgulhosa, pois sou mãe de 4 filhos, avó de 5 netos e tenho toda essa disposição e desprendimento!

Quando você se aposenta, já está com seus filhos criados, o que lhe resta fazer? Para algumas, voltar a trabalhar, para outras curtir netos e ter mais tempo livre para descansar ou fazer algum curso interessante. 

Mas para mulheres, como eu, isso não é suficiente. Querer mais do que tempo livre é o alimento da alma.


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1. O Start

Comecei a planejar minha viagem depois do fim de um relacionamento de 3 anos e mesmo sem saber para onde ir, tinha certeza que deveria dar novo rumo para minha vida.

Comecei a fazer pesquisas sobre mulheres que viajam sozinhas e só encontrava grupos de terceira idade. Isso nada tinha a ver com o meu perfil, nem com minha personalidade. Questionando algumas amigas, percebi que muitas nunca haviam viajado solo, no máximo em excursões, e que a minha ideia era um sonho.

Quando vi o site da Worldpackers algo me incomodou de princípio: só via fotos de pessoas jovens, mas ainda assim resolvi me inscrever e comecei a consumir deliciosamente os relatos dos viajantes, principalmente das mulheres que viajavam sozinhas.

Assim, as viagens começaram a tomar forma em meus sonhos. Fiz uma lista dos melhores lugares para viajar sozinha e que eu gostaria de conhecer.

Depois de feita as aplicações através do app da Worldpackers, fui recebendo os retornos, em algumas fui rejeitada, outras ignorada até que o primeiro anfitrião me aceitou, e foi uma comemoração à parte.

Poucos meses depois já tinha vendido tudo: móveis, roupas, objetos, carro. Abri uma conta internacional e deixei uma procuração vitalícia com minha filha.

2. Minha primeira experiência

Me vi sozinha desembarcando no aeroporto de Lisboa, na minha primeira viagem solo dos três destinos já planejados.


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O frio na barriga de chegar em uma cidade desconhecida, me apresentar como voluntária no hostel, conhecer os outros voluntários, que por sorte eram brasileiros, passou logo no primeiro dia.

Tudo era muito novo para mim, que sempre viajei como turista, me hospedando em hotéis e sempre acompanhada. Dormir num quarto compartilhado, ajudar na limpeza, organização e recepção como voluntária, em troca de hospedagem, era uma ideia bem longe daquilo que eu já havia vivido.

Os outros voluntários me recepcionaram de igual para igual e até me senti mais jovem compartilhando vários tipos de atividades com eles. Minha rotina se tornou bem próxima a de uma moradora local e foi se alinhando a o novo perfil que criei para mim.

Os dias foram passando e a sensação de conseguir me virar sozinha e a liberdade de escolher me encheu de orgulho próprio. Uma mulher viajando após os 50, repensando antigos conceitos e aberta a novas e desafiadoras experiências, é no mínimo, enriquecedor.

Estar sozinha, mesmo no meio de tanta gente, abre sua cabeça para novas possibilidades, você acaba fazendo coisas que provavelmente não faria se estivesse acompanhada.


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Já estive em Portugal por duas outras vezes e não cheguei a conhecer ¼ do que conheci agora em 20 dias que estou aqui. Estar como residente, mesmo temporariamente, é uma possibilidade única de conhecer os lugares que turista nenhum conhece.

3. Viajando sozinha com segurança

Eu casei e tive filhos muito jovem, nem pude experimentar direito a sensação de plena liberdade, com muitas escolhas e aventuras. Antigamente a ideia era de que a mulher, por ser frágil demais, seria uma presa fácil de aproveitadores e até motivo de vergonha para a família. Então, viajar sozinha não era simples.

Mas os tempos são outros e viajar sozinha é mais fácil do que parece e menos perigoso do que dizem. Basta estar atenta e tomar todos os cuidados e precauções necessárias, como:

  • Pesquisar sobre os melhores lugares para viajar sozinha e ampliar sua pesquisa para além do turismo convencional.
  • Pesquisar sobre o local que escolheu para se instalar: localização, avaliação de outros voluntários, saber o que seus anfitriões esperam.
  • Conhecer a cultura local é extremamente importante para sua adaptação. Respeito é tudo!
  • Deixar seus amigos e familiares a par dos seus planos, manter contato constante, e se conseguir, compartilhar sua localização com eles.
  • Estudar seu roteiro e escolher com cautela seu modo de locomoção: táxi, ônibus ou trem.
  • Procurar programar sua chegada ao destino durante o dia. Sempre será mais fácil resolver eventuais problemas de dia do que a noite.

4. Uma jornada de autoconhecimento

Desde que cheguei para voluntariar em Portugal foi tudo muito desafiador, mas está sendo uma experiência única e com ensinamentos que levarei para o resto da vida. E quero que outras mulheres da minha idade sintam isso também.


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Viajar sozinha é sensacional porque me permite ser a protagonista da minha própria história: os lugares que quero visitar, quando e como ir. Tudo faz parte da trajetória do autoconhecimento, da redescoberta de quem eu sou de verdade. Há muitos anos não me sentia tão confiante e segura nas minhas decisões.

Descobri coisas que eu não acreditava ser capaz de fazer. Todas as experiências pelas quais você passa acabam fazendo se observar e consequentemente se descobrir mais. Hoje sou mais eu!

Numa viagem solo, você vai passar muitos momentos sozinha. De vez em quando vai sentir muitas saudades de casa, da sua família, dos amigos e querer que eles também conheçam aquele local. Nem sempre terá uma companhia disponível para te mostrar os lugares que quer conhecer.

O lado bom é que você acaba aprendendo a curtir a tua própria companhia, seja num bar ou restaurante, seja em algum ponto turístico. Vai perceber que não tem motivo algum para se sentir mal por não estar acompanhada, e como eu, vai notar que até pra tirar selfies existem técnicas que te poupam de pedir pra outro turista.

Esse momento é um presente porque você merece. Nós merecemos! Afinal, já criamos nossos filhos, trabalhamos muito para chegarmos até aqui e nos sentimos orgulhosas de nossos feitos, das lutas e experiências de uma vida toda.


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Então, deixe a insegurança de lado e se jogue. Vá viajar sozinha. Se desafie! Encare seus medos e se ele persistir, vai com medo mesmo. Ultrapasse seus limites e saia da zona de conforto. Ficar no casulo só esperando a vida passar - e depois dos 50 ela passa bem mais rápido - é o mesmo que ver a vida acontecer da janela.

Mulheres +50, descubram os poderes que a viagem têm, pois a vida é muito curta e o mundo as aguarda de braços abertos!



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