Mochilão América do Sul: Peru, Bolívia e Chile em 22 dias

Quer fazer um mochilão pela América do Sul? Veja um guia de viagem completo por Peru, Bolívia e Chile: roteiro, dinheiro e tudo que você precisa saber!

34min

mochilão américa do sul

“É aqui do lado. Dá para conhecer quando eu quiser!” Essa era minha desculpa para ficar postergando meu mochilão pela América do Sul. Mas finalmente ele rolou! Tirei férias do trabalho e fui viajar sozinho por 22 dias, passando pelo Peru, Bolívia e Chile.

Uma das coisas que mais me ajudaram durante a viagem foi ter lido relatos e conversado com uma galera que já tinha feito essa trip. Por isso, escrevi este artigo super completo para te ajudar também. 

Se você vai fazer uma viagem como essa, sabe que cada dia faz diferença no seu planejamento, seja pela questão da grana que você vai gastar, ou por querer garantir seu itinerário certinho. Além disso, existem alguns detalhes da viagem (como costumes locais e burocracias, por exemplo) específicos de cada destino. Por isso, acho importante estar bem preparado!

Você também pode conferir a planilha que fiz com todas as informações do meu mochilão pela América do Sul, incluindo roteiro, horários de deslocamento e passeios. Caso queira usá-la para a sua viagem (ou seja, editar e refazer a planilha de acordo com o seu itinerário), é só fazer uma cópia do arquivo para o seu Drive e mexer da forma que quiser.

Para te dar aquele empurrãozinho extra, vale falar que Bolívia, Chile e Peru estão entre os destinos mais baratos da América do Sul. Maravilha, né?

Roteiro mochilão América do Sul: Bolívia, Chile e Peru

mapa do meu mochilão pela américa do sul

Esse foi o roteiro que planejei e fiz no meu mochilão de 22 dias pela América do Sul.

Contando que fiz a Trilha Inca (roteiro clássico de 4 dias/3 noites) para chegar a Machu Picchu, ainda existiam outras opções de lugares que optei por não visitar. Espero passar por todos eles ao longo do relato para você ter uma visão de todos os lugares por onde a galera costuma passar num mochilão como esse.

Esse aqui é o itinerário completo do meu mochilão América do Sul, passando por Bolívia, Chile e Peru durante 22 dias:

  • Dia 1: 21/Nov/17 - São Paulo x Santa Cruz de La Sierra x Sucre
  • Dia 2: 22/Nov/17 - Uyuni x Salar de Uyuni
  • Dia 3: 23/Nov/17 - Salar de Uyuni
  • Dia 4: 24/Nov/17 - Salar de Uyuni x San Pedro de Atacama
  • Dia 5: 25/Nov/17 - San Pedro de Atacama
  • Dia 6: 26/Nov/17 - San Pedro de Atacama x Arica
  • Dia 7: 27/Nov/17 - Arica x Tacna x Arequipa
  • Dia 8: 28/Nov/17 - Arequipa x Ica
  • Dia 9: 29/Nov/17 - Ica x Huacachina
  • Dia 10: 30/Nov/17 - Huacachina x Cusco
  • Dia 11: 01/Dec/17 - Cusco
  • Dia 12: 02/Dec/17 - Trilha Inca 1º dia
  • Dia 13: 03/Dec/17 - Trilha Inca 2º dia
  • Dia 14: 04/Dec/17 - Trilha Inca 3º dia
  • Dia 15: 05/Dec/17 - Trilha Inca 4º dia Machu Picchu
  • Dia 16: 06/Dec/17 - Cusco
  • Dia 17: 07/Dec/17 - Cusco x Puno
  • Dia 18: 08/Dec/17 - Puno x Copacabana
  • Dia 19: 09/Dec/17 - Copacabana x Isla del Sol x Copacabana
  • Dia 20: 10/Dec/17 -Copacabana x La Paz
  • Dia 21: 11/Dec/17 - La Paz
  • Dia 22: 12/Dec/17 - La Paz x São Paulo

Planilha com roteiro: Bolívia, Chile e Peru 

É claro que nosso continente é imenso e muito interessante, e existem muitas opções de roteiros para um mochilão pela América do Sul. Dá para passar anos percorrendo nossos países vizinhos, mas em uma viagem de férias é preciso escolher suas prioridades. 

Para facilitar meu planejamento, usei o Trello para criar checklists das coisas que eu tinha que organizar ou resolver antes da viagem:

mochilão américa do sul - checklist 

Quando fechei o roteiro final e todos os lugares por onde iria passar na Bolívia, Chile e Peru, montei essa planilha com uma aba com todos os dias da viagem detalhados.

Ter todo o itinerário planejado e planilhado ajudou demais porque, com os dias contados, se eu pulasse ou vacilasse em algum dia, corria o risco de não chegar a tempo na data planejada para começar a Trilha Inca (que já estava fechada com 2 meses de antecedência e com ingressos comprados para aquelas datas exatas).

Com tudo esquematizado, fui atrás das coisas que precisava ou queria deixar reservadas antes de embarcar. Para facilitar, usei a coluna “FECHAR” (coluna H da planilha). Em verde, marcava o que queria fechar antes e, em vermelho, o que eu precisaria comprar/fechar/resolver chegando naquele destino.

Por onde escolhi não passar no meu mochilão

Como falei, existem muitas outras rotas que a galera costuma fazer e lugares que você pode visitar que eu não incluí no meu roteiro. Vale lembrar que essas escolhas sempre são bem pessoais e, no final, vai ser um equilíbrio entre a grana, dias de viagem, passeios que você quer fazer, etc

Alguns lugares que não visitei nessa viagem, mas você pode incluir no seu roteiro pela América do Sul, são:

  • Cañon del Colca saindo de Arequipa
  • Isla Ballestas e Paracas saindo de Huacachina
  • Lima
  • Huaraz e Laguna 69 saindo de Lima
  • Nasca
  • Cerros Colorados saindo de Cusco
  • Urus e Taquile saindo de Puno

Como o meu mochilão nasceu da vontade inicial de passar meu aniversário de 28 anos em Machu Picchu, fechando o último dia da Trilha Inca (que eu também estava pilhado para fazer!), toda a minha viagem foi planejada pensando nisso.

Além disso, eu tinha 20 e poucos dias para viajar por causa das férias do trabalho, então tive que pesar tudo isso na hora de fechar meu roteiro.

Aproveitei para tirar alguns dias também para relaxar e fica de boa numa piscina ou numa rede, literalmente sem fazer nada.

Caso você tenha alguma dúvida específica ou tenha que tirar/adicionar lugares no seu roteiro de mochilão América do Sul, me manda uma mensagem que te dou uma visão de quais lugares realmente valem a pena.

salar de uyuni

Quantos dias ficar no Salar de Uyuni, na Bolívia?

Existem passeios de 3 a 10 dias pelo Salar de Uyuni, o lindo Deserto de Sal boliviano. O tour padrão (e mais recomendado) é o de 3 dias, em que você passa pelas principais atrações: cemitério de trens, monumento Dakar e bandeira, restaurante de sal, Isla Incahuasi (floresta de cactus), Árvore de Pedra, Lagoa vermelha, Laguna colorada, águas termais, gêiseres, etc.

Geralmente os passeios saem às 11 da manhã, ou seja, já conta como o 1º dia do tour. No 3º e último dia, você já é deixado na fronteira com o Chile (caso esteja fazendo esse roteiro, já que existe a possibilidade de você voltar para a cidade de Uyuni ou fazer o passeio saindo de San Pedro de Atacama).

Os passeios mais longos incluem trekking por vulcões da região e, por isso, são mais recomendado para a galera que vai atrás de um turismo mais de aventura.

O que fazer no Deserto do Atacama? Quantos dias ficar?

Existem muitos passeios que você pode fazer pelo deserto chileno - inclusive, saindo de lá para o Salar de Uyuni (caminho contrário do que fiz). Todos eles saem da cidade de San Pedro pequeno povoado no norte do Chile, e vão para alguma atração ou região do deserto.

Os passeios mais tradicionais são:

  • Valle de La Luna e Vale de la Muerte
  • Lagunas Altiplânicas, Piedras Rojas e Salar de Atacama
  • Tour dos Salares
  • Gêiseres del Tatio
  • Tour Astronômico
  • Lagunas Cejar
  • Termas de Puritama

Como o Atacama é um pouco mais caro (assim como outros lugares no Chile) em comparação a Bolívia e Peru, quem está com orçamento de mochileiro costuma optar por alguns passeios dentre os disponíveis. A média, pelo que vi em alguns relatos, é fazer 3 ou 4 desses passeios.

Como vou contar mais na frente, eu acabei optando por fazer os dois mais famosos: Valle de La Luna e Vale de la Muerte em um dia e Lagunas Altiplânicas, Piedras Rojas e Salar de Atacama em outro dia.

Ah! Se você tem mais tempo para conhecer outros lugares no Chile, aproveite! É um país animal!

Clima no meu mochilão pela América do Sul

Pesquisando, vi que em dezembro começa a época de chuva em algumas partes do Peru, incluindo Machu Picchu. Eu tentei relevar um pouco isso porque não queria mais adiar essa viagem. Então, parei de olhar previsões do tempo e decidi ir pras cabeças!

No final, eu peguei alguns poucos dias de chuvas esporádicas durante um período do dia e ou da noite. Mas nada que tenha atrapalhado a viagem. Inclusive, consegui pegar Machu Picchu com um tempo excelente.

A única etapa do roteiro que eu decidi não fazer por causa do tempo foram os Cerros Colorados, saindo de Cusco.

Eu tinha visto que, nessa época, rola uma neblina sinistra por lá, o que bloqueia boa parte da visão das montanhas. Além disso, eu tinha me programado para fazer esse passeio um dia depois de terminar a Trilha Inca.

Bom, depois de quatro dias caminhando, eu estava destruído. Pensando que o passeio dos Cerros sai às 3h30 da manhã e a caminhada para as montanhas dura umas 5 horas, acho que dei sorte em não fazer. Então acabou que tirei esse dia para descansar e dar uma volta por Cusco.

No Salar de Uyuni e em San Pedro de Atacama é uma secura eterna, então não tem problema em ir nessa época.

Caso você queira tentar a sorte de pegar o Solar inundado (o que cria aquele efeito espelho nas fotos mais iradas do Salar), Janeiro e Fevereiro são as épocas mais prováveis de você pegar chuva por lá.

Teve um lado muito positivo de ter ido nessa época: dificilmente peguei algum passeio, cidade, avião ou ônibus lotado de gente. Na maior parte, estava bem tranquilo.

Melhor fazer compras na Bolívia, Chile ou Peru?

Em todos esses lugares, você vai encontrar as famosas roupas de lã e outros souvenirs de viagem bem comuns nesses países.

Com certeza não vale a pena no Chile. A Bolívia tinha preços um pouco mais baratos. Mas minha resposta final seria o Peru, pela variedade bem maior de coisas que você consegue encontrar e pelo lance cultural de poder barganhar (lá é bem comum e não pega mal fazer isso). Recomendo fazer as compras em Cusco ou Arequipa.

deserto do atacama

Quanto levar para gastar durante o mochilão

No total, o preço do meu mochilão pela América do Sul foi de R$ 5.972,33, incluindo passagens aéreas + transporte + hospedagem + alimentação + passeios + compras (não incluindo a trilha inca), sendo:

  • Gastos com passagens aéreas: R$ 1.644,49
  • Gastos na Bolívia: R$ 1.215,30
  • Gastos no Chile: R$ 764,48
  • Gastos no Peru sem a Trilha Inca: R$ 1.816,55

*Separei os valores sem a Trilha Inca porque sei que não é a opção mais comum para conhecer Machu Picchu.

Vale ressaltar que esses valores são referentes à minha viagem feita em 2017.

Nesse vídeo, o Alvaro deu algumas dicas de como comprar passagens aéreas baratas na América do Sul:

Além disso, usei esse guia para viajar barato para pegar mais dicas de uma galera que já viaja bastante por aí. 

Meu orçamento para o mochilão América do Sul

Importante compartilhar que, desde o começo, minha ideia não era fazer a viagem mais econômica possível. De 0 a 10 (sendo 10 a viagem mais econômica possível), diria que meu mochilão foi nota 6.

Eu não sou o melhor pechinchador do mundo, fiquei hospedado em hostels com notas acima de 8.5 no Hostelworld e não escolhia sempre as opções mais baratas de passeios ou transporte (principalmente a Trilha Inca que, nesse caso, não tem muito como fugir dos preços altos).

De qualquer forma, os trâmites que você tem que saber para fazer seu planejamento (como, por exemplo, deslocamento de um lugar para outro e atravessar fronteiras) não variam de acordo com seu orçamento. Por isso, espero ajudar dando o máximo de informações possíveis sobre esses pontos mais complicados.


mochilão américa do sul 

Passagens aéreas

Com a viagem programada para o final de Novembro, comprei minhas passagens principais (ida e volta São Paulo x Santa Cruz de la Sierra) com pouco mais de um mês de antecedência, pagando R$1.235,78 pela GOL.

Também comprei as passagens de Santa Cruz de la Sierra para Sucre na ida (por R$164,31), e de La Paz para Santa Cruz de la Sierra na volta (por R$ 244,40). Ambas pela empresa boliviana Amaszonas.

Além dela, cheguei a cotar preços na aérea Boliviana de Aviación, mas os mesmos trechos estavam um pouquinho mais caros e os horários disponíveis não batiam com o meu itinerário (eu precisava de um voo que desse tempo de eu chegar em Sucre, pegar um táxi até a rodoviária e depois o ônibus noturno para a cidade de Uyuni).

Vale a pena também checar nas companhias aéreas low cost (de baixo custo) se você consegue um bom preço num voo direto de Santa Cruz para o Uyuni - caso você não pretenda passar uma noite em Sucre, como eu fiz.

Não cheguei a olhar esses outros, mas conheci pessoas que também usaram a EcoJet que, assim como a Amaszonas e a Boliviana, são consideradas empresas aéreas low cost. Esse tipo de empresa oferece voos com menos comodidades, cobrando taxas extras por serviços não essenciais, mas em compensação os preços costumam ser bem mais baixos que nas companhias aéreas tradicionais.

Transporte

Tirando esses trechos iniciais e finais da viagem, que fiz de avião, todo o resto fiz de ônibus.

É bom saber que em todas as rodoviárias por onde passei na Bolívia e no Peru se cobra taxa de embarque. Para pagá-la você compra um ticket baratinho na própria rodoviária que você entrega para um fiscal quando vai entrar na área de embarque para os ônibus.

A passagem de Sucre para o Uyuni foi a única passagem de ônibus que comprei antes de sair do Brasil, pelo site Tickets Bolivia. O resto comprei quando chegava em uma cidade (aí já comprava a passagem para a próxima) ou na hora mesmo, quando tinha que pular de um bus para outro.

Sobre comprar a passagem antes, é difícil falar se vale a pena ou não. Eu decidi comprar antes porque tinha lido sobre algumas pessoas tendo que passar a noite em Sucre porque não havia mais lugares nos ônibus para o Uyuni.

Mesmo tendo comprado antes, quando cheguei no guichê da empresa (6 de Octubre,), eles viram meu voucher e anotaram na hora meu lugar no busão. Não sei o que a mulher teria feito se todos os lugares já estivessem marcados. Ou seja, pareceu meio inútil ter comprado antes, porque meu lugar não estava reservado.

Além disso, existem outras empresas lá no terminal que fazem o mesmo trajeto (em horários diferentes; lembrando que você precisa chegar no Uyuni antes das 11h para conseguir sair a tempo para o tour pelo Salar), que ainda tinham lugares.

Acho que depende muito da época em que você vai também. Imagino que seja mais complicado encontrar lugares disponíveis na alta temporada.

Quando estiver no Peru, sempre que conseguir use a empresa Cruz del Sur para viajar de ônibus. Os ônibus são bem confortáveis e praticamente o mesmo valor das outras empresas.

mochilão no Peru

Hospedagem na Bolívia, Chile e Peru

Fiquei em hostels (albergues) em todas as cidades. Parte deles reservei online antes de viajar e outra parte decidi fechar na hora, ao chegar em cada cidade.

A vantagem de fechar antes pelo Hostelworld ou qualquer outro site de reservas é que você garante que vai ter um lugar para ficar chegando na cidade. Em cidades maiores, pode rolar de você ter que se deslocar bastante para ter que achar lugares com camas disponíveis. Como eu não fui em alta temporada, a maior parte dos hostels por onde passei ainda tinha disponibilidade. 

Ainda sobre o Hostelworld, eu recomendo sempre não reservar os hostels que estão nas 3 primeiras posições - por mais estranho que isso pareça. Vou explicar: para essa viagem, eu não queria ficar em party hostels por estar numa pegada mais tranquila mesmo e também por querer descansar para aproveitar os muitos passeios que rolam nesses lugares. 

Normalmente em cidades maiores, os primeiros lugares no Hostelworld são, com justiça, dos hostels mais de festa, preferência do público majoritário do site (americanos, australianos, britânicos, brasileiros, franceses e outros).

Por isso, se você não está atrás de party hostels, vale dar uma olhada nas avaliações de cada hostel e nas notas gerais para saber se aquele lugar é mais tranquilo ou mais baladeiro.

Minha primeira opção era voluntariar ou trabalhar em um hostel em troca de hospedagem (através do work exchange da Worldpackers) para economizar na acomodação e ainda ajudar a galera do hostel. Como eu tinha muito pouco tempo em cada lugar e queria fazer muitos passeios, decidi pagar por hospedagem.

Se você tem um roteiro mais flexível, mesmo com pouco tempo de viagem, saiba que diversos anfitriões da Worldpackers oferecem estadia grátis por períodos curtos, em troca de algumas horas de trabalho, para quem está justamente viajando de férias. Ou seja, rola você fazer um voluntariado no meio dessa viagem.

Você vai encontrar oportunidades nos 3 países:

Crie um perfil na Worldpackers e comece a salvar suas vagas preferidas!


voluntariado na América do Sul

Esses são os hostels onde fiquei em cada cidade:

  • UYUNI: hospedagem inclusa no passeio
  • SAN PEDRO DE ATACAMA: San Pedro Backpackers (muito bom; tem piscina, redes e a vibe é bem legal; fica um pouco afastado do centrinho; não é de festa)
  • AREQUIPA: Econunay (Excelente! Galera do hostel é demais! Zero party.)

  •  HUACACHINA: Banana’s Adventure (melhor hostel que fiquei em termos de conforto; tem piscina e uns churras à noite, em que você compra o ticket e come à vontade; a hospedagem inclui passeio de buggy/sandboard; é um pouco mais caro)
  • CUSCO: Sunset House (bom; galera te trata bem; não fica no miolo de Cusco, mas é perto; tem uma varanda de onde você consegue ver a cidade; zero party)
  • PUNO: Quéchua Palace Hotel (é um hotel, então tem todo o conforto de um hotel e o café da manhã de um hotel; fiquei nele porque estava com duas amigas alemãs que queriam ficar lá; recomendo se quiser dar aquela descansada boa; mais caro que hostel).
  • COPACABANA: Hostal Joshua (vibe zen-natureza, bem tranquilo, e tem um cardápio incrível com refeições vegetarianas; é um pouco difícil de achar, mas tire um print do mapa quando tiver internet que você acha fácil na hora).
  • LA PAZ: Adventure Brew Hostel (hostel bem grande, com bar bem grande e um rooftop incrível; embora se digam mais party, não peguei nenhuma festa lá; você ganha uma cerveja de graça por cada dia hospedado.

Lembre de procurar o hostel que pretende ficar no Google Maps antes de se deslocar para uma cidade diferente e tirar um print no celular, especialmente se não tiver comprado um chip local ou se for para lugares com sinal mais fraco de internet. Assim, você não chega todo perdido na cidade nova e pode ir direito para o seu hostel.

Além disso, o Google Maps não precisa de Internet para saber sua localização. Isso ajuda na hora em que você estiver fazendo aquelas viagens intermináveis de bus e quiser saber onde está exatamente.

Moeda e câmbio

Antes de começar meu mochilão pela América Latina, li e reli muitos relatos de pessoas falando sobre o câmbio e cotações de moeda na Bolívia, Chile e Peru.

A verdade é que não cheguei a nenhuma conclusão 100% certa sobre se seria melhor trocar Real por Dólar para então trocar pelas moedas locais ou levar Real e trocar direto pelas moedas locais. 

Como cada cidade em cada país tem cotações diferentes, fica difícil mesmo calcular todas as possibilidades de troca para cada lugar e o que vale mais a pena.

Em todo caso, vale falar que conheci dois brasileiros que tiveram problemas para trocar Real por Peso (moeda local chilena) em San Pedro do Atacama. Eles tiveram que trocar o valor que tinham em Real por Dólar e, então, de Dólar para Pesos.

No final, decidi levar Dólares e Reais para garantir e acabei comprando US$ 1.400 (lembrando que saquei uma grana a mais porque teria que pagar a outra metade da Trilha Inca). Também desbloqueei meu cartão para saques internacionais pelo período que ficaria viajando.

Nas cidades maiores, como Cusco e La Paz, você encontra caixas para sacar dinheiro. Você paga uma taxa por saque, mas é sempre bom ter os cartões para alguma emergência. Além disso, alguns bares, lojas e restaurantes também aceitam pagamento em cartão internacional.

Outra coisa que me ajudou bastante foi (quando eu lembrava...) trocar um pouco de dinheiro antes de chegar em um novo país. Por exemplo, um dia antes de ir para o Peru eu peguei um pouco de Soles (moeda peruana) no Chile.

Como acontece muito de você chegar em horários extremos nos lugares (ou muito cedo pela manhã ou muito tarde à noite), isso evitava que eu ficasse na mão, fosse para comprar uma água, ou a passagem para o próximo destino (algumas paradas só servem para você pegar o ônibus para o seu destino final).

Você vai perder um pouco de dinheiro nessa troca? Na maior parte dos casos, sim, mas a tranquilidade de chegar num lugar com grana supera os centavos que você perde não trocando uma moeda no país local dela.


como lidar com o dinheiro

Seguro viagem

Não recomendo viajar para fora do Brasil sem seguro viagem. Não é obrigatório para esses países, mas é um gasto pequeno perto da tranquilidade que você vai ter se acabar ficando doente ou sofrendo algum acidente. Eu chequei o World Nomads e a Mondial e acabei comprando o da Mondial porque estava mais barato.

Vale ressaltar que se você pretende fazer o downhill na Estrada da Morte em La Paz, um passeio de aventura bem comum, é altamente recomendável ter seguro. Confira se a apólice cobre acidentes em atividades desse tipo.

Documentos

Esses são os documentos que você vai precisar para esse roteiro de mochilão na América do Sul:

  1. Passaporte ou Carteira de Identidade (RG apenas, CNH não serve) recente e em bom estado. Na dúvida, vai com o passaporte que não tem erro;
  2. Cartão internacional de vacina ANVISA (na Bolívia e Peru, é obrigatório ter a vacina contra febre amarela; não me pediram em nenhum momento da viagem, mas é importante levar);
  3. Seguro viagem (não é obrigatório, mas recomendado);
  4. Todos os papéis e formulários de imigração que te derem durante a viagem, em todos os três países. Guarde tudo! Principalmente os papéis da imigração.

SOBRE VISTOS: por causa do acordo do Mercosul, brasileiros não precisam de visto para viajar para Bolívia, Chile e Peru, podendo ficar por até 90 dias como turista nesses países.

mochilão américa do sul 

Mala de viagem para um mochilão pela América do Sul

Minha bagagem era um mochilão e uma mochila de ataque (menorzinha, que levei na frente do corpo com os itens de valor):

  • Mochilão Macpac XL: comprei quando morava na Austrália. Confesso que nunca vi vendendo no Brasil, mas sempre recomendo pelo conforto, espaço e resistência. Despachei o mochilão nos deslocamentos aéreos e o guardava no compartimento de carga dos ônibus.
  • Mochila Quiksilver 20L: achei uma mochila grande para carregar como mochila de ataque (no meu caso, uma de 15L seria suficiente), mas como eu não queria comprar outra, acabei levando essa que já tinha. Se você pretende levar equipamentos fotográficos ou computador, talvez valha a pena uma de 20L ou mais. Levei a mochila como bagagem de mão tanto em aviões, como ônibus.

Independente de qual mochila você escolher, é muito importante levar uma mochila de ataque para evitar carregar peso desnecessário nos passeios. Você sempre pode deixar seu mochilão nos lockers (armários com chave) dos hostels e levar com você apenas o que precisa para visitar um determinado lugar.

Essa é a relação de coisas que levei no mochilão América do Sul:

Lembrando que fui durante o verão (e, mesmo assim, peguei bastante frio de noite em alguns lugares). Se você vai no inverno, não esquece que faz uma friaca! 

Vou explicar em parênteses o que foi realmente necessário e o que acabei não usando:

  • 9 camisetas de manga curta (7 é um bom número porque você pode e deve lavar a roupa durante a viagem)
  • 1 camisa xadrez de manga comprida (desnecessária)
  • 1 camiseta manga longa térmica 1ª camada (necessário para acampar na Trilha Inca; comprei na Decathlon)
  • 1 casaco fleece 2ª camada (é leve e esquenta, muito importante; comprei na Decathlon)
  • 1 casaco corta-vento 3ª camada (necessário para vários dos passeios)
  • 1 casaco moletom (se você pretende comprar um pullover de lã durante a viagem, é desnecessário)
  • 2 bermudas de surf (usava uma para dormir e outra para os passeios que envolviam água)
  • 1 bermuda de pano (desnecessário, porque na maior parte do tempo usava a bermuda da calça-bermuda que levei)
  • 1 calça jeans (necessário)
  • 1 calça segunda pele (necessário; comprei na Centauro aquelas de jogador de futebol)
  • 1 calça-bermuda (necessário; além disso teria levado uma calça de moletom fina; comprei na Decathlon)
  • 8 cuecas (necessário)
  • 1 sunga (necessário)
  • 4 pares de meia grossa cano alto (3 já seriam suficientes)
  • 2 pares de meia grossa cano baixo para trekking (necessário; comprei na Decathlon)
  • 1 par de meia soquete (desnecessário)
  • 1 touca (se você pretende comprar uma de lã durante a viagem, é desnecessário)
  • 1 boné (necessário)
  • 1 toalha microfibra secagem rápida (necessário; comprei na Decathlon)
  • 1 par de chinelos (necessário)
  • 1 par de tênis (usei duas vezes durante toda a viagem; no resto do tempo usava a bota de trekking que comprei na Decathlon)
  • 3 sacos plásticos para roupa suja (necessário)
  • 1 capa de chuva (necessário)

Ainda no mochilão, levei um frasqueira com esses itens:

  • 1 shampoo (necessário)
  • 1 sabonete (necessário)
  • 1 protetor solar (necessário)
  • 1 desodorante (necessário)
  • 1 soro pequeno (para desentupir nariz, necessário)
  • 1 caixa de band-aid (não usei, mas é útil para possíveis bolhas)
  • 1 protetor labial (necessário)
  • 1 creme hidratante (necessário se você for ficar muito tempo no deserto)
  • 1 saquinho com remédios (necessário)
  • 1 cadeado (necessário)

Na mochila de ataque, levei:

  • 1 fone de ouvido (necessário)
  • 1 óculos de sol (necessário)
  • 1 pasta com documentos (necessário)
  • 1 doleira (necessário)
  • 1 rolo de papel higiênico (necessário, sempre)
  • 2 livros (tenha um Kindle e facilite sua vida, mas eu gosto de ter livros físicos)
  • 1 caderninho de anotações (necessário, para quem gosta de escrever)
  • 1 carregador de celular (necessário)
  • 1 carregador portátil de celular (necessário se o seu descarrega rápido)
  • 1 capa de chuva para mochila (necessário; comprei na Decathlon)
  • 1 adaptador de tomada (não usei nenhuma vez, mas vale levar dependendo de onde você for se hospedar)
  • 1 almofada de pescoço (a coisa mais desnecessária que levei na viagem)
  • 1 lanterna pequena (necessária para a Trilha Inca)
  • 1 garrafa de água térmica (não diria que é necessária, porque você pode comprar uma garrafa de água em todos os lugares e levar com você)
  • 1 GoPro Hero Silver 4
  • 1 carregador para a GoPro
  • 1 cadeado (necessário)

Pra fechar, lembre sempre que você pode e deve lavar a roupa durante o mochilão.

As lavanderias pelo caminho são muito baratas (coisa de R$4/quilo de roupa), então aproveite para tirar peso extra de muitas roupas na mochila. Suas costas agradecem!

Dica extra: lembra de salvar offline as suas playlists favoritas, e/ou podcasts, em apps como Spotify ou Apple Music, se você paga o Premium. Se você não paga o Premium, considere seriamente pagar nem que for por esse mês, porque você vai passar MUITO TEMPO dentro de ônibus e vans. 

o que levar para o mochilão

Roteiro do meu Mochilão de 22 dias: Bolívia, Chile e Peru

21 NOV | SÃO PAULO GRU 10:20 ➔ SANTA CRUZ VVI 11h15

21 NOV | SANTA CRUZ VVI 16h10 ➔ SUCRE AEROPORTO 17h

Fique ligado no seu e-mail para a possibilidade de mudança de voo pela Amaszonas. Compre Bolivianos em um dos aeroportos para pagar o táxi do aeroporto de Sucre até a rodoviária (Bs. 25).

21 NOV | SUCRE AEROPORTO 17h30 ➔ SUCRE RODOVIÁRIA 18h

21 NOV | SUCRE RODOVIÁRIA 20h ➔ UYUNI “RODOVIÁRIA” 4h30

Sugestão: se não puder passar uns dias se aclimatando, tomar aspirina, diamox ou Soroche pills (remédio para mal de altitude) antes de chegar no Uyuni. Eu não tomei e passei mal no 1º dia lá (mas tem gente que não toma e não passa mal). Pegue um táxi para um dos cafés da Av. Ferroviaria para aguardar as agências abrirem. Pergunte ao taxista pelo café da Maria (fica na Av. Ferroviaria bem do lado do Hostel Oro Blanco).

22 NOV | TOUR DO UYUNI (3 dias e 2 noites)

Cotar preços nas agências da Av. Ferroviaria. Pergunte se café da manhã, almoço, jantar e hotéis estão inclusos (geralmente, as agências oferecem tudo isso no tour). Pegar passeio com transfer para San Pedro de Atacama.

Pergunte na agência quanto dinheiro você precisa levar para os passeios no Salar (para entrada do parque, banheiros pelo caminho, mercadinhos e banho de água quente no hotel). Levar 5L de água e quitutes para comer pelo caminho.

Normalmente, você vai com mais 3-5 pessoas na camionete que faz o tour.

22 NOV | INÍCIO TOUR DO SALAR DE UYUNI às 11h

Saída de Uyuni (centro) para o Salar, passando por Cemitério de trens, comunidade Colchani (artesanato local e banheiro), Monumento do Dakar Bolívia e Monumento Las Bandera, Almoço Restaurante de Sal, Ida ao Meio do Salar (para tirar fotos perspectivas), Incahuasi (Ilha de Cactos), Hotel de Sal para passar a noite.

Se o grupo topar, peça para o motorista para aguardarem o pôr-do-sol no caminho para o hotel de sal.

Se pagou pelo banho quente, lembre de checar se a água do chuveiro está realmente quente antes de tirar a roupa.

23 NOV | TOUR SALAR DE UYUNI 2º DIA

Saída às 7h ou 8h do hotel de sal, Mirante para ver o Volcán (vulcão) Ollague, Lagunas Altiplânicas, Laguna Cañapa, Laguna Hedionda (almoço), Laguna Honda/Romadita, Deserto de Siloli (árbol de Piedra), Reserva Nacional Eduardo Avaroa para ir até a Laguna Colorada, passa a noite num hotelzinho em um vilarejo. 

Todos os lugares são incríveis!

24 NOV | TOUR SALAR DE UYUNI 3º DIA

Saída às 4h ou 5h do hotel para visitar Geisers Sol da Mañana, Águas Termales (levar roupa de banho na mochila de mão), Deserto Salvador Dalí, Laguna Blanca, Laguna Verde, Vulcão Lincancabur.


uyuni

24 NOV | SALAR DE UYUNI ➔ FRONTEIRA CHILE 12h

O guia te deixa na fronteira da Bolívia com o Chile ao final do passeio. Separe o bilhete do transfer para San Pedro com você para encontrar sua van entre as que ficam ali. Peça ajuda ao seu guia para encontrar sua van.

Leve o passaporte e bilhete de imigração (que você recebeu no aeroporto quando chegou) na aduana (aquela casinha com a bandeira da Bolívia). Oficiais podem pedir propina, mas você não é obrigado a pagar.

Quando tiver carimbado o passaporte, pode ir para sua van esperar o resto dos passageiros (outros viajantes que estão passando pela imigração). O motorista irá te dar o papel da imigração chilena. Leva 1h até a van chegar em San Pedro de Atacama. A estrada até lá é incrível.

24 NOV | SAN PEDRO DE ATACAMA IMIGRAÇÃO

Quando chegar em San Pedro, sua van vai parar na aduana da imigração chilena, junto de uma fila (no meu caso, pequena) de outras vans e micro-ônibus. O motorista sai da van para organizar o procedimento na aduana e volta para chamá-los para carimbarem o passaporte. Tudo é bem tranquilo.

Quando o grupo todo da sua van carimba o passaporte, ele entrega a bagagem de cada um para que possam passar pelo raio-x da aduana. Assim que todos passam, colocam-se as bagagens de volta na van e o motorista dirige por mais 15 minutos até chegarem num estacionamento grande (que fica a 2 minutos andando do centrinho de San Pedro de Atacama). PS: ali não é a rodoviária.

Lembre de adiantar o relógio em 1h.

24 NOV | SAN PEDRO DE ATACAMA

Do estacionamento, você pode ir direto para o seu hostel. Caso fique no San Pedro Backpackers, ele fica no sentido contrário do centrinho em direção ao cemitério (mas ainda bem próximo, a 10 minutos andando).

Se quiser fazer um passeio no mesmo dia, se ligue no horário. Quando fui, o passeio para o Valle de la Luna e Valle de la Muerte saía às 16h. Não perca muito tempo e vá para o centrinho fazer o corre das casas de câmbio e agências de passeios. Quando escolher a sua agência, você pode já fechar os outros passeios que quer fazer no Atacama e conseguir um desconto no pacotão final.

Do lado do estacionamento, na rua Licancabur, você vai ver uns restaurantes simples, mas muito bons e baratos. Comi lá todos os dias.

Normalmente os hostels em San Pedro não têm café da manhã porque é normal você sair bem cedo para os passeios e o café da manhã estar incluso. Em todo, caso você pode sempre usar a cozinha do hostel caso queria cozinhar.

24 NOV | SAN PEDRO DE ATACAMA

Passeio do Valle de la Luna e Valle de la Muerte, passando por Valle de la Luna, Minas, Pedra três Marias, Valle de la Muerte, Pedra do Coyote (para assistir a um pôr do sol surreal).

Leve água, protetor solar, quitutes. O passeio não é dos mais simples (porque você anda, sobe e desce bastante) e, no meu caso, ninguém falou isso na agência.

Levar grana extra para pagar entrada do parque; na agência devem te informar o valor atualizado.

25 NOV | SAN PEDRO DE ATACAMA

Passeio para Salar de Atacama, Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas, que passa por Toconao, Socaire (café da manhã), Piedras Rojas, Lagunas Altiplanicas, Salar do Atacama, Laguna Chaxa. Almoço também está incluso.

Levar grana extra para pagar entrada dos parques.

As estradas desse passeio são surreais. Tente não dormir. Vai valer a pena, prometo. Leve um fone de ouvido para música porque os deslocamentos são longos.

Na volta, vá até a rodoviária para comprar a passagem para Arica do dia seguinte. Compre a passagem que faz trajeto direto (porque algumas param em Calima).

A rodoviária é pertinho do centro, então dá para ir a pé.


atacama

26 NOV | SAN PEDRO DE ATACAMA 20h00 ➔ ARICA 5h

No terceiro dia no Atacama, eu fiquei aproveitando a piscina do hostel para descansar. Se você pegou um terceiro passeio, lembre-se de comprar uma passagem mais tarde para Arica (para não correr o risco de perder o ônibus).

A vantagem de pegar o ônibus esse horário (e não mais tarde) é que você será um dos primeiros a chegar em Arica e, consequentemente, na imigração. Ou seja, pegará a fila mais vazia e levará menos tempo para atravessá-la.

Lembre de ficar com alguns Pesos para pagar seu transporte (táxi ou ônibus) de Arica para Tacna.

27 NOV | ARICA ➔ TACNA IMIGRAÇÃO

Pegando o ônibus das 20h, você chega em Arica por volta das 5h. De lá, você tem duas opções para ir para Tacna (cidade peruana aonde você vai depois de atravessar a fronteira): ônibus (2.000 pesos por pessoa) ou táxi (4.000 pesos por pessoa para 5 passageiros). Para ambas as opções, você paga uma taxa de embarque na própria área de embarque.

Para pegar um dos dois, você sai da estação de Arica pelos fundos e caminha para a direita, por alguns metros, para a rodoviária internacional (que parece um estacionamento). É bem pertinho. Na dúvida é só perguntar para um dos seguranças do rodoviária. Chegando lá, à direita da entrada, estão os guichês para pagar a taxa de embarque e comprar a passagem de ônibus caso queira pegá-lo.

Um pouco mais para frente, tem uma pequena fila para pegar um dos táxis (lembre-se de pagar a taxa de embarque antes e pegar o comprovante). Os táxis vão estacionando ali e saem quando completam cinco passageiros. Parece que você está fazendo algo ilegal (porque é um pouco desorganizado), mas não se preocupe, que está tudo dentro do normal. Entre na fila, espere a sua vez e embarque no táxi.

A vantagem de pegar o táxi é não ter que esperar pelo horário do ônibus e chegar antes no controle da fronteira. Na teoria, você o pega mais vazio.

Quando você entra no táxi, o motorista pede seu passaporte para ir adiantando a documentação para a imigração. Ele sai do táxi (com o seu passaporte) e volta rapidinho para seguirem rumo ao controle da imigração. Da rodoviária de Arica para o controle da imigração levam 30-40min.

Chegando no controle, você e os outros passageiros descem do táxi para entrar na fila da imigração. Leve sua bagagem, porque logo após passar pelo carimbo, você já vai passar pelo raio-x.

Saindo da imigração, você embarca de novo no mesmo táxi e seguem para a rodoviária de Tacna, a 30 minutos dali.

Ajuste o relógio para 2h a menos que no Chile.

27 NOV | TACNA 5h30 ➔ AREQUIPA 12h30

Por causa do fuso-horário, quando você chega na rodoviária de Tacna ainda são 5h30. O motorista do táxi provavelmente irá te deixar no terminal internacional. De lá, é só atravessar a avenida para ir para o terminal doméstico.

Você pode trocar seus pesos (ou outra moeda) por Soles na própria rodoviária para comprar a passagem de ônibus. Leve lanches porque a viagem de ônibus é bem longa.

Chegando em Arequipa, compre sua passagem de ônibus para Ica. Dependendo do horário, pode rolar de você comprar uma passagem para Lima que faz parada em Ica (como aconteceu no meu caso). Sem problemas.

Da rodoviária de Arequipa para a Plaza de Armas (perto de onde fica a maior parte dos hostels) leva uns 15 min de táxi (10 soles).

Aproveite o tempo livre para lavar suas roupas ou ir atrás do passeio do Canyon del Coca (caso decida fazê-lo) nas agências pelo centro.

28 NOV | AREQUIPA

Os walking tours (passeios guiados com base em gorjetas) costumam sair às 10h e são bem legais porque dá pra conhecer os melhores pontos da cidade.

Troque o resto do dinheiro que vai usar no Peru, porque Arequipa costuma ter as melhores taxas de câmbio.


arequipa

28 NOV | AREQUIPA 19h ➔ ICA 5h30 ➔ HUACACHINA 6h

Quando chegar em Ica, provavelmente os guichês da rodoviária estarão fechados ainda (para você comprar sua passagem para Cusco).

Não tem problema: você pode comprar sua passagem no próprio hostel (em muitos casos). Na própria cidadezinha de Huacachina também tem uma lojinha da Cruz Del Sur.

Se conseguir, pegue o bus da Cruz del Sur sempre que puder no Peru. É o melhor disparado e o valor é praticamente o mesmo. Além disso, você pode comprar as passagens pelo site da empresa.

Pegue um táxi da rodoviária de Ica até Huacachina (5 soles).

29 NOV | HUACACHINA

O meu hostel (Banana’s Adventure) já incluía o passeio de buggy pelas dunas no valor da diária. Caso contrário, veja com seu hostel se ele oferece o passeio ou tem alguma agência para indicar.

Caso queira fazer o passeio para Paracas e Parque Nacional no dia seguinte, já aproveite para fechá-lo também.

Os passeios saem às 16h. Você dá uma volta pelas dunas, faz sand-board e assiste ao pôr-do-sol do deserto (surreal!).

30 NOV | HUACACHINA 22h00 ➔ CUSCO 14h

Caso opte por não fazer o passeio para Paracas, curta o hostel ou dê uma volta pela lagoa do oásis. Você pode assistir ao mesmo pôr-do-sol sensacional, já que o ônibus sai à noite.

A viagem é longa (provavelmente a mais longa do seu mochilão na América do Sul). Lembre de levar água, lanches etc.

1 DEZ | CUSCO

Em Cusco, compre sua passagem para Puno ao chegar na rodoviária. Caso você não tenha pego o ônibus da Cruz del Sul, o terminal da empresa fica em um lugar diferente do das outras empresas (que ficam na rodoviária). Nesse caso, você pode ou comprar a passagem de outra empresa, ou comprar o da Cruz del Sur pelo site da empresa.

No meu caso, já que iria fazer a Trilha Inca, eu já estava com tudo fechado. Caso não vá fazer a trilha, você pode aproveitar o resto do dia para ir fechar os passeios, inclusive o de Machu Picchu.


cusco

2 DEZ | TRILHA INCA 1º DIA

Essa trilha merece um artigo à parte. Ela foi a coisa mais incrível que eu já fiz na vida! O Vale Sagrado é de fato um dos parques arqueológicos que você tem que ir.

Caso queira dar uma olhada no trajeto, preços, trilhas, dificuldade, etc, você vai encontrar tudo que precisa saber no site da agência Mountain Gods Peru. Ah, para fazer essa e outras trilhas clássicas (como a Salkantay), você é obrigado a fechar com uma agência.

Essa foi de longe a melhor agência que usei na viagem. Não tenho palavras para descrever como são atenciosos e gente boa.

3 DEZ | TRILHA INCA 2º DIA

4 DEZ | TRILHA INCA 3º DIA

5 DEZ | TRILHA INCA 4º DIA - MACHU PICCHU

Lembre de levar seu passaporte para Machu Picchu para carimbá-lo lá. O carimbo fica dentro de uma mesinha (criado-mudo) de madeira na saída do parque (quando você está voltando para pegar os ônibus de volta para Aguas Calientes). No meu caso, não tinha ninguém na mesinha quando passei, mas a minha guia (da Trilha Inca) pegou para mim. Caso não encontre ninguém lá, pergunta para alguma das mulheres ou oficiais que trabalham no parque.


machu picchu

6 DEZ | CUSCO

Rolê pela cidade durante o dia, comprar umas coisas (lembranças, roupas, touca) no mercado Central de San Pedro. Rolê pela cidade à noite para conhecer os bares.

7 DEZ | CUSCO 8:30 ➔ PUNO 15h

Cuidado na hora de pegar o táxi para o rodoviária. Eu não entendi direito o que o taxista tinha me perguntado (só entendi que falou “terminal”) e ele me levou para o terminal do aeroporto. Por sorte, era perto do terminal da Cruz del Sur. Se for de Cruz del Sur, deixe claro que vai para o terminal da empresa (que fica em localização diferente do terminal rodoviário da cidade).

IMPORTANTE: se você não pretende ficar em Puno uma noite e seguir direto para Copacabana, lembre de pegar o bus noturno de Cusco para Puno. Assim, você chega em Puno a tempo de pegar o outro ônibus para Copacabana, cruzando a fronteira com a Bolívia. 

No meu caso, eu cheguei em Puno por volta das 15h, mas dado o tempo que levaria a viagem de lá para Copacabana, não chegaríamos a tempo no controle da imigração (que fecha por volta das 17h). Ou seja, tive que ficar uma noite em Puno e pegar o ônibus de manhã para Copacabana.

Caso você também fique uma noite em Puno, já compre a passagem para Copacabana na rodoviária antes de ir para o seu hostel. Se decidir fazer o passeio para Uros (que costuma sair às 8h30) no dia seguinte, lembre-se de pegar o ônibus das 14h para Copacabana.

7 DEZ | PUNO

Dê uma volta pelo centro da cidade, que é cheia de pizzarias boas e baratas.

8 DEZ | PUNO 7h30 ➔ IMIGRAÇÃO ➔ COPACABANA 11h

No ônibus para a Copacabana, o motorista irá te dar os papeis para a imigração que você ir preenchendo no caminho. Quando você chega no controle, sai do ônibus para carimbar a saída do Peru. O ônibus estará te esperando do lado boliviano da fronteira.

Depois disso, você sai da aduana, caminha alguns metros, passa literalmente andando pela fronteira e entra na casinha da aduana boliviana para carimbar sua entrada.

Tudo resolvido, entra de volta no ônibus e seguem para Copacabana.


bolívia

8 DEZ | COPACABANA

Copacabana é bem pequena. Você pode ir até a igreja da cidade e andar pela prainha às margens do lago. Aproveite para comprar o passeio para Isla del Sol no dia seguinte e a passagem para La Paz.

Sobre o passeio para Isla del Sol: minha ideia inicial era dormir na ilha, mas quando eu fui estavam rolando umas tretas entre as comunidades da parte sul da ilha com a galera da parte norte. Resultado: a parte norte da ilha estava fechada para turistas. Como a parte mais legal da ilha (e com mais praias e lugares para conhecer) é a parte norte, optei por não passar a noite lá (o que no final valeu a pena, porque você conhece a parte sul bem rapidinho e realmente não há muito o que fazer ali).

Sobre os ônibus para La Paz: os ônibus das agências turísticas têm horários definidos para saírem (sendo o 1º horário às 13h30). Caso você queira ir antes para La Paz, pode comprar nas próprias agências a passagem para um dos ônibus locais (que saem de meia em meia hora) para La Paz. Mesmo sendo um ônibus local, achei bem tranquilo de pegar.

À noite, pode ir na rua mais agitada (dos bares e restaurantes) e jantar por ali ou ir em algum bar com música ao vivo.

9 DEZ | COPACABANA ➔ ISLA DEL SOL ➔ COPACABANA

O tour de barco sai às 8h30 da própria praia de Copacabana.

Passa por Isla de la Luna e depois segue para Isla del Sol, onde você pode almoçar.

10 DEZ | COPACABANA 9h30 ➔ LA PAZ 12h30

Chegando em La Paz, depois de chegar no seu hostel, vá para a rua Saganarga para procurar as agências para os passeios. Caso fique no Adventure Brew Hostel, ele fica a 10 minutos andando da estação rodoviária e você pode ir a pé. A rede tem um hostel e um BnB; os dois ficam um do lado do outro, sendo o hostel mais barato. 

Para o passeio de Downhill pela Estrada da Morte, pegue uma bicicleta com suspensão traseira e dianteira. Eu reservei o meu na agência No Fear e recomendo pela qualidade da bicicletas. Ela fica na rua Santa Cruz, dentro de um prédio pequeno (na dúvida, pergunte para algum comerciante local ou em outra agência). Lembre de chorar um desconto.

Para o resto do dia, aproveite para fazer o passeio de teleférico pela cidade. Existem uma série de linhas que levam para diferentes pontos da cidade. Lembre de checar isso quando for pegar uma linha.

11 DEZ | LA PAZ PASSEIO DOWNHILL

A van sai às 7h30 para o passeio e volta às 19-20h. A viagem de volta é longa, então lembre de levar um fone de ouvido. Café da manhã, almoço e água geralmente estão inclusos no passeio.


estrada da morte

12 DEZ | LA PAZ 8H30 ➔ SANTA CRUZ 9H30

12 DEZ | SANTA CRUZ 12H05 ➔ SÃO PAULO 16H55

Perguntas frequentes sobre Mochilão América do Sul

Por onde começar meu mochilão pela América do Sul?

Começar pelo Chile, Bolívia ou Peru depende das suas preferências e interesses. Confira os valores de passagens aéreas da sua cidade de origem para diferentes cidades incluídas no seu roteiro e veja como ir de um lugar a outro neste artigo ou usando o site Rome2Rio. 

Qual é a melhor época para um mochilão pelo Peru, Bolívia e Chile?

No Chile, o verão (dezembro a fevereiro) é ideal. Na Bolívia, em geral se recomenda evitar a temporada de chuvas (novembro a março). No Peru, a estação seca (maio a setembro) é recomendada para Machu Picchu. No entanto, avalie também sua disponibilidade. Fui entre o final de novembro e começo de dezembro e não tive problemas.

Preciso de visto para viajar por esses países?

Devido ao acordo do Mercosul, se você é brasileiro não precisa de visto para viajar como turista pelo Chile, Bolívia e Peru. Podemos entrar com RG recente (não vale CNH, nem RG emitido há mais de 10 anos ou em que você não esteja facilmente reconhecível) ou passaporte. 

Qual é a moeda local e como devo lidar com o dinheiro?

No Chile, a moeda é o Peso Chileno; na Bolívia, é o Boliviano; e no Peru, é o Sol. Carregar uma combinação de dinheiro local, um cartão internacional pré-pago como Wise ou Nomad e um cartão de crédito internacional para emergências é uma boa ideia. Casas de câmbio e caixas eletrônicos são comuns nas áreas turísticas.

Qual é a melhor forma de se locomover?

Ônibus são uma opção econômica e popular nesses países, e foram minha escolha na maior parte do meu mochilão. Existem também opções de voos econômicos para distâncias mais longas, usando as companhias aéreas de baixo custo (low cost). 

Como lidar com a altitude no mochilão pela América do Sul?

A altitude pode provocar alguns sintomas desagradáveis, especialmente em cidades elevadas como La Paz (Bolívia) e Cusco (Peru). Há quem não sinta nenhum efeito, mas outras pessoas têm sintomas como enjoos, dor de cabeça e cansaço. Por precaução, dê tempo ao seu corpo para se aclimatar, evite atividades intensas nos primeiros dias e beba bastante água.

Quais são os principais pontos turísticos que não devo perder?

No Chile, o Deserto do Atacama é imperdível. Na Bolívia, o Salar de Uyuni e o Lago Titicaca são destinos populares e belíssimos. No Peru, além de Machu Picchu, visite Cusco e a cidade de Arequipa.

É seguro viajar por esses países?

Se você mora numa grande cidade no Brasil, não terá preocupações maiores do que já está habituado. No entanto, é importante estar sempre ligado. Peça informações aos moradores do lugar sobre áreas seguras, evite exibir objetos de valor e fique atento ao seu entorno, especialmente à noite. 

Como ser um viajante responsável na América do Sul?

Peça permissão antes de tirar fotos de pessoas, aprenda pelo menos algumas palavras e frases básicas em espanhol e, se for pechinchar, o faça de forma respeitosa.


mochilão américa do sul 

Lembre-se de que as informações deste artigo podem mudar, por isso, sempre verifique fontes confiáveis e atualizadas antes de embarcar. 

E se você ainda tiver qualquer dúvida sobre mochilão na América do Sul, faltou alguma informação ou tiver algo que você queira saber especificamente sobre Peru, Bolívia ou Chile, é só me enviar uma mensagem aqui pela Worldpackers ou deixar um comentário aqui embaixo. Essa viagem é surreal. Não pense duas vezes e faça!



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