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Como conhecer Lima, no Peru, gastando pouco

Aproveite uma viagem para Lima gastando pouco e conheça sítios arqueológicos, parques, museus, mercados e os principais bairros da capital do Peru.

Felipe

Abr 16, 2020

8min

Dicas para conhecer Lima, no Peru

Lima é uma cidade muito grande. Vive na capital quase um terço da população peruana. Por essa razão a cidade é diversa e cosmopolita, com influências europeias, asiáticas, africanas e a força da cultura nacional e ancestral. Uma cidade cinza boa parte do ano, com tanta garoa que pode até concorrer com São Paulo.

O centro da cidade alterna entre acessos para pedestres e avenidas de quatro ou seis pistas bem movimentadas. A agitação das pessoas nas menores ruas se mistura com as buzinas das avenidas principais, interligando as praças, parques, museus e huacas (templos) da parte central. 

Lima é uma cidade bonita e diversa. Tem o custo de vida bem acima das demais cidades peruanas. É repleta de cultura e muita área costeira. Não deixe de conhecê-la.

Confira essas dicas de como conhecer Lima, no Peru:

1. Chegando em Lima

Se você vem do norte ou do sul, acompanhando a costa peruana, a melhor opção pode ser a carona. A Panamerica, que liga os extremos do país, é muito movimentada por caminhões transportando todos os tipos de coisa, cheios ou vazios, e muitos estão dispostos a colaborar com os viajantes. 

De Trujillo, no norte, até Lima são quase 20 horas, sendo que o tempo estimado é quase o mesmo de Arequipa, no sul, à Lima. Já partindo de Cusco, a viagem dura mais de vinte horas, custa cerca de 70 soles (80 reais).

Lima também tem um aeroporto internacional que recebe diversos voos por dias, especialmente das principais capitais da América do Sul.

2. Atrações no centro da cidade

O centro de Lima tem incontáveis atrações, por isso fiz uma seleção do que considero essencial e sem custos, entre museus, parques, praças e sítios arqueológicos. Quando for conhecer esses lugares, não esqueça de planeja o horário. Ir de ônibus, que custa de 1 a 2 soles dependendo do lugar (1,15 - 2,30 reais), na hora do rush, demora o dobro do tempo normal.

  • Muralhas de Lima

Parque de la Muralla é um dos principais atrativos turísticos do centro de Lima. As fortificações do século VX, que ainda se conservam de pé,  viraram um parque e agora estão em meio a estátuas e jardins. A muralha segue o rio Rímac - nome histórico de Lima. A entrada no parque é gratuita.

  • Mali

O Museo de Arte de Lima possui uma imensa coleção de huacos - cerâmica pre colombiana - e objetos de metal e cerimoniais de diferentes culturas e tempos da América Pré Hispânica. 

Ele é maior e mais completo que dos demais museus da cidade, que em muitos casos cobram entrada. Além disso, conta com quadros e objetos de arte sacra do tempo colonial, bem como pinturas modernas. 

As instalações do museu são muito grandes (reconstruídas por cima de antigas instalações, que seguem expostas) e tem wi-fi aberto em toda área e banheiros. Fica no Paseo Colón, 125, Parque de la Exposicion. 

A entrada é grátis nas quintas feiras a partir das 15h. Nos demais dias a entrada inteira custa 30 soles (35 reais). Está aberto das 10h às 19h, de terça a domingo.


Interior do Museu de Arte de Lima

  • El Campo de Marte

Um grande espaço verde, com fontes e estátuas, do lado esquerdo da Avenida Salavery, quase chegando ao Parque Metropolitano. É um bom espaço para praticar esportes ou ler um livro. 

As vezes, festivais de comida, dança, arte e música acontecem nas dependências do parque. Fica em frente ao Estadio Nacional del Peru, ao lado do Parque Nacional de la Reserva e do Parque de las Exposiciones.

  • Parque Metropolitano

Além de abrigar o Museu Metropolitano, o parque da cidade têm também lagos, pontes, vários e vários marrecos, construções contemporâneas e modernas, alguns quiosques e ambulantes. É um lugar tranquilo em meio ao caótico centro da cidade.



  • Museo Metropolitano

O prédio do museu já mostra a grandiosidade do lugar. Na porta, um grande cartaz mostra a programação do mês de teatro, literatura, exposições de arte e oficinas. Algumas atrações são pagas e outras são grátis. Fica aberto das 10h às 18h, de terça à domingo.

3. Outras atrações da cidade

  • Jesus Maria

Uma transição suave do centro para os bairros costeiros, margeado pela Avenida Brasil e Salavery, Jesus Maria é um bairro bem tranquilo. É eminente a influência japonesa no bairro, inclusive com um museu dedicado à imigração nipônica no Peru. 

Muitos chifas - espécie de comida mista peruana/japonesa/chinesa -, várias pequenas praças e um centro comercial, conhecido como condomínio Punta del Este, onde tem todos os bancos, vários bares, docerias, supermercado, sorveterias e mais.

  • San Isidro

Seguramente um dos bairros mais cobiçados de Lima. Todas as casas e apartamentos cheios de verdes e pilastras, três ou quatro carros na garagem, clube de golf, muitas árvores, praças e parques a cada par de quadras. San Isidro é lar de museus e parques, praças e sítios arqueológicos, belas ruas e muita tranquilidade. Destaco três pontos: LUM (Lugar da Memória), Huaca de Huallamarca e Parque Olivar:

LUM - o Lugar da Memória abre suas portas já com a declaração dos Direitos Humanos. Os três andares do museu são livres para visitação e inclui: salas de interação audiovisual, diversas tv's com trechos de documentários selecionados, muitos murais, documentos, roupas, entre outras evidências de eventos ocorridos nos anos mais difíceis do Peru. 

Dos anos 50 até os anos 2000, dos anos de Odría à Fujimori, das guerrilhas comunistas, das revoltas camponesas, dos milhares de peruanos que deixaram suas casa e perderam suas famílias, o museu conta a partir de relatos e documentos a história recente do Peru.

Além disso, o museu fica na beirada da costa San Isidrina, um lugar muito bonito e com linda vista para o mar. A entrada é gratuita e funciona das 10h às 18h.

Huacas de Huallamarca - atualmente o local está fechado, no entanto, pode-se ver perfeitamente - e de perto - a ruína e suas formas. Uma piramide, espaço cerimonial de antes do século VI, em meio a prédios modernos e alguns jardins. Fica entre a Avenida El Rosario e Calle Choquehuanca.

Parque El Olivar - com suas árvores tortas e seu pequeno lago, um vasto bosque de oliveiras muito bem gramado, com bom passeios, muitos bancos e algumas lixeiras, quase no fim de San Isidro, El Olivar é algo mais que uma parada para os que seguem à Miraflores. No pequeno bosque, além de pontes e pequenas trilhas, tem também uma casa de cultura com programação - que pode ser paga ou não - envolvendo cursos variados, desde cajon a tai chi.



  • Miraflores

Miraflores é possivelmente o bairro mais conhecido de Lima. Está presente na literatura e na história, tem uma vista maravilhosa de toda costa. Parques e praças mesclados numa orla onde correm os atletas mesmo nos oito meses nublados da cidade.

Parque Central de Miraflores e Parque Kenedy - ao redor desses parques - um de frente para o outro -, no coração de Miraflores, estão os principais bares e boates da região. A variedade pode ser maior que no centro da cidade, mas o preço também é mais elevado. Os bares geralmente têm entrada franca, no entanto alguns lugares podem cobrar entrada, sendo de 20 soles para mais (23 reais). O preço da cerveja varia de 10 a 20 soles por litro (11,5 a 23 reais).

Huaca de Pucllana - por 15 soles (17,20 reais) da para entrar lá e dar uma volta no que já foi um centro cerimonial e administrativo dos séculos III ao VI. Por fora também também da para ver perfeitamente, só não dá pra andar em cima. Fica entre Calle Independencia e Calle García Calderón. Do outro lado da Avenida Independencia há uma continuação da Huaca.

  • Barranco

Esse, como Miraflores, é um bairro cheio de hostels, vida noturna e boa vista para a orla. Barranco é conhecido pelo grandes número de turistas e restaurantes, praças movimentadas, com muita música na rua e nos bares.

Todos os bairros costeiros têm suas descidas para a praia - escadas, avenidas ou viadutos-, mas a mais interessante é a que liga a Parque Municipal de Barranco com a praia. A descida é bem arborizada e cheia de comércio, com estilo um pouco mais rústico.

Parque Municipal de Barranco e Pasaje Sanchez Carrion - ótima referência para os que andam de ônibus, é uma zona movimentada a noite. Muitas famílias, casais e grupos de amigos transitam pela praça enquanto comem ou bebem, vão de um restaurante a um bar e para no fim seguir para Pasaje Sanchez Carrion.

A pequena rua, sem transito de carros, consiste em um antro de bares e boates, lojas de conveniência e muitos ambulantes. Os preços nos estabelecimentos não são muito bons para quem viaja barato, mas a rua em si já é uma festa, cheia de gente indo e vindo, de diferentes bares e países.

  • Callao e La Punta

O último bairro da baía central de Lima, o Callao, oferece uma vista única da cidade, do porto e também das casas locais, que tem seu ar diferente. A região portuária, que em muitos casos pode ser perigosa, em La Punta, uma zona fechada no extremo da costa, é tranquila e pode-se caminhar despreocupado até na madrugada - também um bom horário para visitar e apreciar. Callao e La Punta têm praças viradas para o mar, suas enseadas de pedra, as casas grandes e o Colégio Naval com pouco movimento

4. Destinos mais comuns saindo de Lima

  • Huaraz: zona de escaladas e trilhas, repleto de lagoas e montes nevados. Oito horas de ônibus saindo de Lima por 30 soles (34,50 reais);
  • Nazca: a cidade oferece trekkings, caminhadas leves, pirâmides, aquedutos, ruínas Incas e pré incaicas e as famosas Linhas de Nazca. São entre sete e oito horas entre Lima e Nazca, que saem por no mínimo 30 soles (34,50 reais);
  • Arequipa: Cerca de dezesseis horas de ônibus entre as duas cidades por mais de 75 soles (85 reais). Arequipa oferece vulcões, cachoeiras, canyons, muita comida e cultura;
  • Cusco: Antiga capital Inca com agitada vida urbana e muitas trilhas e sítios arqueológicos Inca nas montanhas. Cerca de 20 horas de ônibus de Lima, a passagem custa 70 soles (80 reais).

Linhas de Nazca

5. Quanto tempo é necessário para conhecer a cidade

Para conhecer tudo na cidade necessitaria meses ou anos, mas para conhecer um pouco é necessário pelo menos uma semana. Barrancos e Miraflores, como possuem atrações de dia e de noite, dois dias para cada, incluindo seus museus e huacas. Para o centro, suas principais avenidas e atrações culturais, mais dois dias - também possui várias huacas. Um dia mais tranquilo para andar de trem sobre a cidade e ir para o próximo destino à noite.

6. Quanto gasto em uma semana em Lima

A conta dos gastos depende principalmente da sua forma de hospedagem. Alguns hostels na cidade custam em média 25 reais. Se você usar a Worldpackers para fazer voluntariado, isso não será um custo. 

Alimentação também depende: se come em casa ou na rua. Comendo em casa é possível gastar menos de dez reais por dia. Se você come na rua, terá que pagar em torno de dez reais por refeição.

Pegando ônibus duas vezes ao dia, gasta-se no máximo cinco reais por dia. O trem sai por 3 reais.

Todas as atrações podem ser conhecidas de maneira gratuitas. Se decidir entrar em Pucllana e ir ao MALI fora do dia/horário grátis - 53 reais.

1° opção mais barata: Hospedagem grátis, cozinhando em casa, atrações grátis - 110 reais;

2° opção mais barata: Hostel, comendo em casa, atrações grátis - 205 reais;

3° opção mais barata: Hostel, comendo fora, atrações grátis - 345 reais;

4° opção: Hostel, comendo fora, atrações pagas - 398 reais.

Buen viaje.



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