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A forma mais barata de fazer uma viagem para Santiago

Para quem pensa em fazer uma viagem para Santiago, aqui tem um guia de dicas de locais baratos, comidas de rua, transporte, passeios grátis e burocracias!

Felipe

Abr 16, 2020

10min

Dicas de viagem para Santiago

O Chile é um país diverso. Aqui dizem que não existe leste e oeste, somente norte e sul, e, por isso mesmo, a quantidade de culturas diferentes é tão grande. Outro fator que contribui para a diversidade étnica é a variedade de povos que habitavam as extensas praias e cordilheiras do país.

Os chilenos falam rápido e quando estão entre si são quase incompreensíveis para os desacostumados. Gostam muito dos vinhos, que aqui são bons e baratos.

Santiago é meio que um apanhado de tudo isso. Esse texto tem a intenção de dar dicas sobre locais na capital (ou bem próximo dela) para conhecer de graça ou gastando bem pouco. 

Confira todas as dicas para curtir da melhor forma sua viagem para Santiago: 

1. Burocracias, viagem e necessidades gerais

Muitos brasileiros pensam que para sair do país é indispensável a apresentação do passaporte e um visto. Esse não é o caso para os países da América do Sul, com exceção das Guianas, Suriname e das ilhas Britânicas no sul da Argentina. Em todos os demais pode-se utilizar somente a carteira de identidade em bom estado de conservação. Assim, não é necessário o uso de vistos ou passaportes em nenhum deles, incluindo o Chile. Todavia, isso não significa que a entrada no Chile seja de todo fácil.

 Os fiscais de imigração chilenos bastante exigentes, não só nos aeroportos, mas também nas fronteira. Pode demorar horas em um abre e fecha de malas, preencher formulários e ser cheirado por cachorros! 

Vale lembrar que são muitos rigorosos com a entrada de qualquer tipo de carne, sementes, livros colecionáveis, produtos artesanais, plantas. Há limite para tabaco, para dinheiro e outros. Sempre que declaramos o que levamos facilitamos os tramites na alfândega. 

No mais, a estadia de um brasileiro no Chile só é permitida por 90 dias. Sendo assim, se quiser ficar mais tempo por ali, deve sair do país antes de que se passe o prazo e depois voltar, que pode inclusive ser no mesmo dia.

Uma coisa importante quando se vai ao Chile é a questão da troca de dinheiro. No Brasil, com a troca em espécie, pode-se perder vinte por cento ou mais na troca, o melhor a fazer é sair com o suficiente para a viagem e trocar os reais já no Chile. 

Lembre-se que cada vez que efetua uma troca você perde dinheiro, não vale a pena trocar para dólares antes de viajar e depois trocá-los em pesos chileno. O que fica em questão é quanto é suficiente. Isso depende de como você vai: de avião ou de ônibus/carro.

No avião, em muitas companhias aéreas internacionais não se aceita reais no voo e também não lhe dão comida, só vendem a cara comida de avião em dólares ou pesos chilenos. 

Se você decidir ir de ônibus, pode levar várias coisas para que te auxilie a economizar nas paradas da estrada (são cerca de 56 horas de São paulo a Santiago), e também há companhias que até dá refeições durante a viajem, com café, refrigerante, janta, bolachas e sucos. Lembre-se que vai cruzar a Argentina e que lá poucos lugares aceitam aceitam reais, e são quase 24 horas de viagem lá!

Ao meu ver, viajar por terra tem mais um benefício, que é o da paisagem. Ao cruzar o Paso de los Libertadores, entre Mendoza e Santiago, é possível ter uma visão incrível dos Andes enquanto o atravessamos, além da descida "de los Caracoles", com suas quase 30 curvas que são um espetáculo a parte.


Estrada de los Caracoles, entre a Argentina e o Chile

2. Internet

Muitas casas não tem wi-fi, mas em contra partida há sinal aberto em várias praças e estações de metrô e terminais de ônibus da capital. 

Uma maneira de assegurar que você terá internet é comprando um chip chileno, que sai por entre mil e dois mil pesos (por volta de 7 a 12 reais) e utilizar como pré-pago.

3. Transporte

O transporte no Chile varia de acordo com a cidade em que se encontra. Em Santiago tudo funciona a partir de um cartão de metrô e ônibus, que custa 1000 pesos, além do preço da passagem, que é aproximadamente 700 pesos. O metrô para de funcionar as 23 horas e o serviço de ônibus dura a noite inteira. 

Outras maneiras de transporte como táxi ou Uber podem ser boas alternativas também, sendo que o segundo sai pela metade do preço, mas há bem menos ubers em Santiago e no resto do Chile do que no Brasil, o que faz o processo ser um pouco mais demorado

Muito também pode ser feito a pé. Santiago é uma cidade planas e bastante segura no centro da cidade e regiões turísticas, proporcionando um bom pedaço para caminhar, sem a necessidade de pagar pelo transporte.


Viagem para Santiago: dicas de transporte

4. Precauções

Algo que poucos sabem antes de viajar ao Chile, é que a incidência de raios ultravioleta é maior devido a buracos na camada de ozônio acima do país. Seja onde for, se for mochilando ou fazendo trabalho voluntário, poucas horas no sol podem fazer arder a pele sem que nos demos conta. 

É necessário utilizar um chapéu e protetor solar regularmente. Além disso, o ar seco da região danifica a pele e os lábios, assim que é bom sempre ter uma manteiga de cacau ou coisas do tipo. 

Muitas coisas podem ser confiscadas na alfândega, vale a pena dar uma olhada na quantidade permitida de cada coisa, principalmente artigos de farmácia, que como são muito caros no Chile, trazê-los do Brasil pode ser uma boa economia.

Todo o sistema de saúde no Chile é privado, tudo sai muito caro. Claro que são raras as vezes que precisamos ir a um hospital, logo, cada um deve medir se vale a pena ou não fazer um seguro de viagem dependendo de quanto tempo ficará aí. A Worldpackers recomenda sempre viajar com algum seguro de viagem. 

Santiago é conhecida por ser quente e seca (pouco mais de dez chuvas por ano), mas durante a noite a temperatura cai bastante.  

Para os brasileiros, há um outro aspecto que pode se chocante e inclusive causar uma multa. No Chile inteiro é proibido beber qualquer tipo de bebida alcoólica em locais públicos, salvo festas tradicionais como Ano Novo ou 18 de setembro. Santiago é a cidade mais rigorosa em relação a isso. Só se pode beber em bar, no passeio e se estiver sentado, caso contrario também é passível de multas.

5. Dicas de locais baratos

A cidade de Santiago é bastante organizada em seu centro, o que facilita muito a movimentação a pé. Além disso, é um local bastante seguro e plano, com grandes distâncias sim, mas com muitos atrativos no caminho. 

De mercado central a museus, existem muitas coisas que podem ser feitas: bairros com vistas incríveis, os famosos cerros, edifícios icônicos, centros culturais, bairros com um ar antigo e até mesmo bares e restaurantes conhecidos mas não tão caros (chamados de picás).

Algumas dicas não são apenas para destinos específicos, mas sim para economizar em todas as viagens! Se você quer se tornar um especialista no assunto, pode fazer o curso da Worldpackers de Como Viajar Barato e aprender todas as dicas para viajar mais e gastar menos.

  • La Picá de Clinton

Esse restaurante fica em uma rua perpendicular a Avenida Bernardo O'Higgs, mais conhecida como Alameda. Foi local onde Bill Clinton tomou um lanche em uma de suas viagens ao Chile, o que fez com que o local trocasse de nome e nunca lavasse o copo de refrigerante que Clinton utilizou. 

Tudo no Chile é ligeiramente mais caro que no Brasil, mas aí se pode encontrar umas empanadas, que são muito típicas, café e doces para chegar alimentado na Plaza de Armas, que fica a três ou quatro quadras daí.

  • Comer na rua

A comida de rua de Santiago é muito boa e variada. Tem comida equatoriana, venezuelana e principalmente colombiana nas ruas, além da chilena, é claro. O preço varia de acordo com a região. Mais próximo da região do museu de Arte Moderna, o valor fica bem menos salgado.

Minha indicação para a melhor comida de rua seria em frente ao GAM (Centro Cultural Gabriela Mistral), onde pode-se encontrar vários tipos de sanduíches, lanches e almoços veganos e vegetarianos a um preço muito bom (até 2000 pesos).

  • Cerro San Cristóbal

Também conhecido como o Cerro de la Virgen, fica bem na região central de Santiago, a cerca de 300 metros acima das adjacências, bem próximo a Alameda. A subida é bem suave e é feita por pessoas de todas as idades, a caminhada é bem curta, grátis e cheia de bebedouros, paisagens, bancos e vegetação local. Para os que preferem apreciar a vista sentados, a subida pode ser feita também por meio de um teleférico pago.


Viagem para Santiago: vista do Cerro San Cristóbal

  • Casa de Pablo Neruda

Uma das três casas do renomado poeta chileno fica bem perto do Cerro San Cristóbal, com uma pracinha em frente cercada de placas de ferro marcadas por partes de poemas de Neruda, bem na rua, com acesso gratuito. Além disso, um pequeno acervo pode ser acessado na casa, que por sua vez, exige pagamento.

  • Museu Nacional de Bellas Artes

O MNBA é um grande centro de arte no Chile. As exposições podem variar, mas definitivamente vale a pena ir lá. É bem próximo da Alameda e fica perto de dois parques e acesso bem rápido ao Cerro San Cristóbal. A entrada é grátis.

  • GAM

O prédio foi revitalizado recentemente devido a um incêndio e a obra ficou incrível. Esse centro cultural tem salas interativas e algumas exposições permanentes e além do mais é de graça.

Lá esta aberto todos os dias, mas na segunda feira menos da metade das exposições e salas estão disponíveis. Perto dele também está o barato almoço vegetariano e o magnifico prédio da PUC Santiago, que é bem imponente.

  • Cerro Santa Lúcia

Com apenas 80 metros de diferença para as áreas circundantes, este cerro é o mais fácil de subir e um dos mais visitados. No topo tem uma torre com aspecto antigo, intencional, e as imediações são frequentadas tanto durante o dia quanto à noite.

  • Mercado Central de Santiago

É uma feira imensa. Lá dentro pode se encontrar os mais variados tipos de legumes, frutas, grãos, queijos, mel, verduras e até alguns produtos artesanais. Os vendedores, de diversos países, ostentam barracas com preços inacreditáveis para a capital chilena, várias vezes mais baratas do que os supermercados. 

Como a feira é grande, lá dentro também podem variar os preços, assim, é bom sempre dar uma volta antes de começar a comprar. Um exemplo é o pimentão, que por 1000 pesos se pode levar 4, 5 ou mesmo 6 pimentões, que são em unidades e não no peso.


Não deixe de visitar o Mercado Central durante sua viagem para Santiago

  • Bairro Paris-Londres

Este bairro minúsculo fica bem no centro de Santiago, próximo ao metro Universidade do Chile. É um bairro clássico, com arquitetura dos anos 30 à 60 e muito bem cuidado, cercado de pequenos bares e hostels em um clima bem charmoso.

Há sempre muita gente passeando por lá, fotografando os prédios, estudando o mapa da cidade sentado em uma pequena praça - o bairro é infinitamente mais tranquilo que as adjacências - ou até tomando uma cerveja sentado à porta de um pub.

  • Feira de livros na Calle San Diego


Arte em viaduto abaixo da Calle San Diego

Para os que gostam de uma boa leitura e gostariam de ler algo em espanhol, essa feira, que cruza a Alameda pouco depois do bairro Paris-Londres no sentido do Terminal Rodoviário, é uma ótima opção. 

Tem livros de todas as partes, de Dostoiévski a Paulo Coelho, todos na língua espanhola, com preços começando em 1000 pesos. Os donos de cada banca, que fica acima do viaduto da Rua San Diego, em sua maioria são bons leitores chilenos e podem sempre indicar alguns clássicos, como Neruda, Gabriela Mistral, Nicanor Parra, Bolanhos, Isabel Allende e por ai vai. 

Além disso, a feira fica acima de um grande mural de arte, recente, que cobre o interior de um viaduto, que agora só passam pessoas.

  • Bairro La Florida

Se você viaja de carro, ou mesmo disposto a andar bastante de ônibus em Santiago, o bairro La Florida é uma boa opção para encontrar uma vista incrível da cidade quase inteira. 

Em épocas mais úmidas (fora do verão), dá para ver melhor a região metropolitana das alturas desse bairro cheio de árvores, onde é possível esquecer que se está em uma capital tão grande.

  • Valparaíso e Vina del Mar


Essas duas cidades, coladas uma na outra, ficam a uma hora e meia do centro de Santiago, sendo assim possível ir e voltar no mesmo dia, conhecendo os pontos principais , como os cerros cheios de cores e grafites imensos de Valparaíso e sua região portuária, as praças da região dos cassinos de Vina del Mar, suas praias (que são melhores que as de Valpo, como chamam os locais), o Castillo Wulf, o relógio florido e as feiras locais.

  • La Moneda e os Ministérios


O Palácio de Governo fica na avenida principal, Alameda. De um lado fica o centro do governo executivo e, do outro lado, algo como uma esplanada dos ministérios. 

Os que estão logo em frente ao palácio, na Bernado O'Higgs, foram revitalizados depois do golpe militar em 1973, entretanto, os que ficam atrás desses não. 

Nos ministérios que ficam em segundo plano, fora da avenida, pode se ver ainda hoje marcas bem grandes de tiros nas paredes, de quando Pinochet atacava aliados de Salvador Allende. 

Além disso, nas proximidades pode-se encontrar casas com pequenas placas que mostram suas funções na época da obscura ditadura chilena, tema de assunto vibrante no Chile até hoje.

6. Quanto tempo é necessário para conhecer Santiago?

O transporte é fácil e as cartas já estão na mesa. Em uma semana dá para conhecer todos estes pontos e ainda outros que sejam pagos, caso você deseje fazê-los. 

Para quem pretender explorar mais dos encantos no Chile além da viagem para Santiago, de lá é possível pegar ônibus para qualquer parte do país, bem como voos baratos para os parâmetros brasileiros, sem falar na facilidade para pegar carona em tais regiões. 

Buen viaje!



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