Acredite, viajar sozinho é bom para sua vida profissional

Dar uma pausa para viajar por tempo indeterminado. Como isso soa para você? Como isso soaria para a sua família e para os seus amigos? Nesse artigo vou contar como viajar sozinha, além de trazer muito crescimento pessoal, mudou minha vida profissional.

Stela @stelaporai

Mar 21, 2022

5min

Viajar sozinho é bom para sua vida profissional

Eu, advogada, trabalhando em um grande escritório de advocacia e estudando sem sucesso para vários concursos, me vi estagnada e desmotivada. Não enxergava oportunidades de ascensão na carreira. Sentia que algo estava errado, mas o medo de abandonar a estabilidade me consumia por dentro.

Criei coragem. Sempre acreditei em propósitos, não seria diferente daquela vez. Determinada, decidi viajar. Precisava de um tempo comigo mesma para clarear a mente. Sem rumo, sem planos, sem lenço e sem documento.

Escutei de tudo um pouco. Teve bolão familiar achando que eu não conseguiria passar de quatro meses na estrada? Teve. Intervenção dos amigos falando que era apenas uma crise existencial e que eu deveria pensar melhor antes de pedir demissão? Teve também.

Ouvi várias vezes as palavras “loucura” e “coragem” na mesma frase. Crise existencial ou não, apostei todas as fichas na minha própria intuição.

Para encontrar a felicidade tudo é válido. A adrenalina de sair da inércia em busca do crescimento pessoal era tão intensa que me deixava sem ar. Era um risco que eu precisava correr, já que estava extremamente insatisfeita com o cenário da época.

O mercado de trabalho está cada vez mais acirrado. As grandes empresas, atualmente, exigem o domínio da língua inglesa e consideram um diferencial o conhecimento em outro idioma. Leia-se: saber falar inglês fluentemente é algo indispensável para aqueles que almejam uma boa colocação profissional.

Já havia viajado sozinha para a Argentina e para os Estados Unidos, mas ambas as vezes foram para fazer intercâmbio. Colocar a mochila nas costas, desbravar a Europa como Worldpacker e me virar por conta própria foi outra história.

Saí do Brasil com um inglês aceitável e um portunhol duvidoso. Depois de viajar por dez países e trabalhar em troca de hospedagem em seis hostels, retornei para o nosso país tropical fluente em inglês, mais confiante com o espanhol e até mesmo com uma boa compreensão do idioma italiano.

Sempre soube trabalhar sob pressão. Advogados estão acostumados a cumprir prazos, mas estão atados à sua zona (literalmente) de conforto.

Viajar sozinho é bom porque te permite fazer coisas além do esperado. Trabalhar em albergues era algo que nunca imaginei fazer antes.

Atuei como recepcionista, com organização e limpeza de quartos, como camareira, com atendimento ao consumidor, ouvidoria, com a organização de eventos e festas e como guia turística. 

Estas atividades ampliaram o meu leque de virtudes e me ensinaram a gerenciar o meu tempo de forma diversa da que estava acostumada, já que deveria respeitar os costumes de cada país. 

Viajar sozinho é bom

Viajar sozinho é bom, também, para desafiar os seus próprios limites. A sua percepção de si mesmo muda a cada dia e cada pequena conquista inspira uma maior segurança em suas atitudes.

Somos os únicos capazes de trilhar novos caminhos, estes necessários para alcançar os nossos ideais. Ninguém mais pode fazer isso por você, portanto arregace as mangas e comece a lutar pelos seus sonhos.

Durante os sete meses que passei na estrada viajando solo, porém nunca só, conversei com pessoas de culturas e mentes completamente diferentes. Aquela era a verdadeira escola: uma troca constante de conhecimentos e vivências. Viajar sozinho nada tem a ver com solidão.

Me senti aliviada ao encontrar pessoas como eu, tentando se desvencilhar das pressões impostas pela sociedade. Sair da caixa por um tempo para analisar cada passo da minha vida me ajudou a enxergar as minhas oportunidades de outra forma. A sensação era de estar assistindo às minhas experiências passadas como uma mera espectadora em uma peça de teatro. Só assim, então, foi possível traçar novos planos rumo à conquista dos meus objetivos.

Nos meus círculos de amizades, o normal era reclamar: do emprego, do relacionamento, da filha da vizinha que ouve sertanejo às 7 da manhã lavando o carro no domingo. Fica parecendo, então, que ser feliz é pecado. Trabalhar com o que gostamos? Utopia.

Ainda bem que as aparências enganam, não é mesmo?!

Aprendi que ser ambicioso não é um problema. O que precisamos é do direcionamento correto para atuarmos naquilo que nos faz feliz. Acreditar no próprio potencial é a chave para o sucesso em qualquer área da vida.

E qual seria o meu futuro, então?! A resposta era fácil: trabalhar com viagens e escrever. 

Hoje moro em Dublin, na Irlanda, e sigo perseverante. Compartilhar o meu dia a dia no Instagram passou de um hobbie para um negócio. Trabalhar como consultora de intercâmbios foi um sonho conquistado.

A vida aqui é tranquila? Não é e não vai ser em nenhum outro lugar. Nada vem fácil. Apesar do futuro incerto, sei que estou lutando por algo melhor.

As adversidades nos fortalecem. Problemas todos nós temos, o que nos difere é a forma como enfrentamos os obstáculos que precisamos enfrentar durante a nossa jornada.

Viajar sozinha me fez entender que tenho muitos motivos para agradecer e sorrir. Passei a dar valor a coisas que à primeira vista eram insignificantes. Cresci como ser humano e evoluí a alma. Compreendi que devemos dar o nosso melhor em qualquer atividade, fazendo tudo com amor e dedicação, de forma que as portas permaneçam sempre abertas para um possível retorno. Assim, a escolha será sempre nossa.

A sensação de liberdade é indescritível. Senti que virei mulher de verdade, já que agora reconheço as minhas próprias fortalezas. A venda que carregava nos olhos desvaneceu junto à imensidão de possibilidades. Em uma metáfora conhecida, escapei do aquário para nadar no oceano.

E você? Do que você está disposto a abrir mão para alcançar as suas metas pessoais? Pinte o melhor quadro da sua vida e se reinvente. Sempre há tempo. Nunca é tarde para realizar os seus sonhos.

Se você quer se aventurar pelo mundo como nômade digital e viver a vida com uma rotina diferente, além de diferentes tipos de voluntariado, a Worldpackers também oferece cursos onlines que vão te ajudar a ganhar uma grana extra enquanto viaja. 

Faça a sua mala. Vá com medo, mas vá. Viaje sozinho. Se permita! O que te prende? O que te segura? Não deixe que “o que esperam de você” ultrapasse as suas próprias vontades. Segure as rédeas da sua vida e siga o seu próprio caminho.

Seja feliz.



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