Caminho de Itupava: tudo sobre a trilha mais antiga do Paraná
Um guia completo sobre a trilha histórica que conecta Curitiba a Morretes, no Paraná. Descubra diversas dicas práticas sobre o percurso e explore a história do Caminho de Itupava.
O Caminho de Itupava é a trilha mais antiga do Paraná. Ele já foi a única ligação entre o centro do estado e o litoral. O caminho tem início em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, e vai até Morretes, passando por dentro da Serra do Mar.
O caminho que antes era utilizado por bandeirantes, tropeiros, indígenas e escravos, atualmente é uma trilha muito cobiçada pelos aventureiros. A caminhada é por dentro da mata do início ao fim, margeando rios, passando por cachoeiras, ruínas históricas e atravessando várias vezes os trilhos do trem.
Confira neste texto a história do Caminho de Itupava e diversas informações úteis para quem pretende percorrer a trilha mais antiga do Paraná!
História do Caminho do Itupava
Por ser a trilha mais antiga do Paraná, o Caminho do Itupava faz parte da história do estado paranaense. O trajeto foi aberto entre os anos de 1625 e 1654 por indígenas e por mineradores. Posteriormente, pedras foram colocadas em grande parte do caminho, que até hoje podem ser encontradas durante o trajeto.
O caminho original tinha mais de 50 quilômetros de extensão, começava às margens do Rio Belém, onde hoje é o Passeio Público de Curitiba, e ia até Morretes. Foi a principal rota comercial durante muito tempo, pois ela ligava o centro do estado ao litoral.
Após a restauração do caminho nos anos 2000, o percurso diminuiu para 22 quilômetros de extensão e o seu início passou a ser em Quatro Barras, cidade que faz parte da região metropolitana de Curitiba.
No início de 2021, o caminho foi danificado por intensas chuvas e, como resultado, o trajeto foi interditado para a prática de atividades de turismo e aventura devido aos riscos que representava para a segurança dos visitantes.
Em maio de 2022, o Caminho do Itupava retomou a visitação, porém mediante a assinatura de um Termo de Conhecimento de Risco por parte dos interessados em percorrer a trilha.
Isso se deve ao fato de que toda a estrutura do caminho foi danificada, tornando inviável a travessia pelas pontes e obrigando os visitantes a atravessarem o rio diretamente. Até o momento atual (julho de 2023), as pontes ainda não foram reparadas.
Informações práticas sobre o Caminho de Itupava
Antes de fazer qualquer tipo de trilha, é necessário obter informações básicas em relação a dificuldade, se há pontos de apoio durante o trajeto, onde a trilha inicia e finaliza, se tem sinal de celular, entre outros pontos essenciais.
Por isso, abaixo vou falar sobre tudo o que você precisa saber antes de fazer o Caminho de Itupava, confira:
Como chegar no início da trilha?
O Caminho do Itupava tem início na base do IAT (Instituto Água e Terra) do Parque Estadual da Serra da Baitaca, localizado no bairro Borda do Campo, na cidade de Quatro Barras. Esta base encontra-se a 35 quilômetros do centro de Curitiba.
A melhor maneira de chegar no início da trilha, é de UBER ou 99. É o jeito mais rápido e prático, e se compartilhado com mais pessoas, acaba sendo mais econômico do que ir de ônibus ou de carro.
É possível ir de transporte público, através do ônibus que sai do centro de Curitiba e vai até o bairro Borda do Campo, em Quatro Barras.
Outra opção é ir de carro e estacioná-lo no estacionamento privado logo no início da trilha. Contudo, é importante lembrar que o término da trilha ocorre na cidade de Morretes, o que implica na necessidade de buscar o carro no final do dia ou no dia seguinte.
Qual a distância e o tempo de trilha?
O Caminho de Itupava tem 22 quilômetros de extensão, saindo de uma altitude de quase 1.000 metros e chegando no nível do mar. Ou seja, há um desnível de quase 1.000 metros. Por isso, o caminho contrário não é indicado, pois teria muitas subidas.
O tempo de trilha varia conforme o ritmo individual, entretanto, normalmente os grupos levam cerca de 8 a 10 horas para completar o percurso.
Como é a trilha?
Os primeiros 4 quilômetros de trilha, mais ou menos até a entrada do Pão de Loth (outra atração do parque), dão a impressão que a trilha vai ser tranquila. Muitas pessoas vão apenas até o Pão de Loth, então até nesse ponto, há bastante gente no caminho.
Um pouco mais à frente, há as ruínas da Casa do Ipiranga, uma casa que foi construída na abertura da estrada de ferro que ligava Curitiba a Paranaguá, e foi abandonada após a privatização da ferrovia em 1997. Após esse ponto, dificilmente você vai encontrar outra pessoa no caminho.
Logo após a saída da Casa do Ipiranga, aparece o primeiro trilho do trem para atravessar e o trajeto dentro da mata continua. Todas as pontes do caminho estão parcialmente ou totalmente destruídas, por isso tem que ter muito cuidado ao atravessá-las, e em alguns pontos, é necessário passar por dentro do rio mesmo.
Chegando no Mirante do Cadeado, que é uma estação de trem abandonada, é hora de apreciar o lindo visual das montanhas da Serra do Mar. E a trilha continua por uma escadaria de ferro super íngreme e bastante deteriorada.
A partir do Mirante do Cadeado, restam aproximadamente 3 quilômetros de trilha para alcançar a estrada do Itupava. Os últimos 6 quilômetros de percurso são percorridos por essa estrada, que conduz ao bairro Porto de Cima, em Morretes.
Nesse último trecho, que é a estrada do Itupava, há algumas lanchonetes nas próprias casas dos moradores. Eles oferecem lanches, café, cerveja e alguns produtos artesanais fabricados na região.
Onde exatamente acaba a trilha?
A trilha termina no bairro Porto de Cima, situado a 7 quilômetros do centro de Morretes. Nesse local, já há cobertura de sinal celular, alguns estabelecimentos comerciais e serviço de táxis.
Você tem a opção de solicitar um táxi diretamente para Curitiba, ou então, optar por permanecer na rodoviária no centro de Morretes e retornar a Curitiba de ônibus. Existem ônibus disponíveis diariamente para Curitiba em diversos horários, com o último partindo às 21h.
É preciso de guia para fazer o Caminho do Itupava?
Não é obrigatório contratar um guia para percorrer essa trilha, entretanto, é recomendável que pelo menos uma pessoa do grupo já tenha experiência no percurso. Embora o risco de se perder seja baixo, uma vez que o trajeto é bem sinalizado, é fundamental ter um mapa offline em mãos durante qualquer tipo de trilha.
Se não tiver experiência prévia em trilhas, é altamente recomendável contratar um guia local. Ter a assistência de um guia especializado pode proporcionar uma experiência mais segura e enriquecedora, garantindo uma exploração adequada do percurso.
Dá para fazer o Caminho do Itupava com chuva?
Não, as pedras são escorregadias mesmo em dias ensolarados. Com chuva, o caminho fica inviável.
Dicas extras para quem vai fazer o Caminho de Itupava
Sinal de celular na trilha: Somente no final da trilha, na estação do Cadeado, há sinal disponível. Portanto, caso ocorra algum imprevisto, será possível estabelecer contato via celular somente ao alcançar esse ponto.
Maior dificuldade do caminho: A maior dificuldade do Caminho de Itupava são as pedras escorregadias. Todos os passos precisam ser dados com cautela para não escorregar e se machucar. É quase impossível fazer os 22 quilômetros de trilha sem um escorregão. Todo cuidado é pouco!
Alimentação durante a trilha: O trajeto é totalmente selvagem, não há nenhum tipo de comércio para se abastecer de comida. Quem vai fazer a trilha, tem que levar comida e água para o dia inteiro. Se faltar água, é possível tomar a água do rio, em vários trechos a trilha vai margeando o seu curso.
Comece a trilha cedo, leve lanterna e bastão de caminhada: O percurso é longo e demorado, por isso é importante começar cedo. Não é aconselhável caminhar no escuro, mas mesmo assim, leve lanterna, caso anoiteça. O bastão de caminhada é muito útil, ele ajuda a não forçar tanto os joelhos nas descidas (que são muitas!).
Vá de calça, blusa de manga comprida e bota de trilha: O caminho todo é por dentro da mata fechada, é um ambiente super úmido e não faz muito calor, nem mesmo nos dias de sol. A bota de trilha ajuda a proteger os tornozelos e dá segurança nas pisadas por ter o solado aderente.
Pernoite em Morretes: Pernoitar uma noite em Morretes, após a trilha, é uma opção legal para conhecer a cidade, que é super charmosa. O centro histórico, à beira do rio Nhundiaquara, é cheio de casas coloridas, ruas de paralelepípedo e muitos restaurantes tradicionais. Se puder, experimente o barreado, a comida típica da região!
Voluntariado perto do Caminho
Ficou com vontade de fazer o Caminho de Itupava? Saiba que é possível fazer um voluntariado nas cidades que são porta de entrada da trilha, Curitiba e Morretes. É uma maneira de conhecer melhor a região e de conhecer outras pessoas com o mesmo propósito.
No voluntariado da Worldpackers, você troca algumas horas de trabalho por acomodação e outros benefícios, como passeios e alimentação. Há disponibilidade de vagas em diversos tipos de hospedagem, como campings, sítios, hostels, projetos de permacultura e muito mais!
Você pode realizar um trabalho voluntário em um sítio de permacultura em Morretes e, ao mesmo tempo, explorar os demais atrativos do Parque Estadual da Serra da Baitaca e do Parque Estadual da Serra Pico do Marumbi.
Ou então, se você prefere um ambiente mais urbano, pode se voluntariar em um hostel no centro de Curitiba e aproveitar os dias de folga para percorrer o Caminho do Itupava.
Ficou com alguma dúvida sobre o Caminho de Itupava? Deixa aqui nos comentários! E se você gostou dessas dicas, siga as redes sociais da Worldpackers para acompanhar as novidades: estamos no Instagram, no Tiktok e no YouTube!
Join the community!
Create a free Worldpackers account to discover volunteer experiences perfect for you and get access to exclusive travel discounts!