Veja nesse texto tudo o que você precisa saber antes de subir o Monte Roraima: onde fica, como chegar, melhor época, o que levar, qual a dificuldade e muito mais!
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O Monte Roraima é o 8º pico mais alto do Brasil, com mais de 2700 metros de altitude, e um dos poucos lugares do planeta onde não há intervenção humana. Por isso, é tão cobiçado por aventureiros do mundo todo.
Se você sonha em conquistar o cume desta grandiosa montanha, não deixe de ler este guia repleto de dicas sobre a expedição.
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O planejamento para subir o Monte Roraima é essencial. É necessário se preparar em diversos aspectos, abrangendo desde o condicionamento físico até a escolha dos equipamentos de trekking, como roupas impermeáveis e sacos de dormir.
Abaixo, apresentamos tudo o que você precisa saber antes de embarcar nessa aventura:
O Monte Roraima fica localizado na tríplice fronteira, entre Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa.
Ele é o pico mais alto de Roraima, e o estado abriga apenas 5% de sua área. A maior parte do Monte Roraima, cerca de 85% do território, está localizada na Venezuela. Os 10% restantes pertencem à Guiana Inglesa.
O Monte Roraima faz parte do Parque Nacional Canaima e é o tepui mais alto de um conjunto de 20 outras montanhas que existem dentro do parque. Tepuis são montanhas com essa formação rochosa específica.
A única forma de explorar o Monte Roraima é pela Venezuela. Isso é feito através da comunidade indígena Paraitepuy, que fica situada a 90 quilômetros da cidade de Santa Elena de Uairén, na Venezuela, e a 320 quilômetros de Boa Vista, no Brasil.
Geralmente, aqueles que vão fazer o trekking optam por se hospedar em uma dessas duas cidades na noite anterior à expedição.
A melhor maneira de chegar ao Monte Roraima, vindo de outros estados, é pelo aeroporto de Boa Vista em Roraima.
Em Santa Elena de Uairén, na Venezuela, há um aeroporto que fica mais próximo do ponto de partida da caminhada. No entanto, ele opera com poucos voos, o que não é uma opção para quem sai do Brasil.
É possível visitar o Monte Roraima em qualquer época do ano. A estação chuvosa vai de abril a setembro e a menos chuvosa (não existe período de seca lá em cima) vai de outubro a março.
No período chuvoso, as trilhas ficam mais difíceis e escorregadias, por isso muitos grupos costumam evitá-lo. Em contrapartida, é mais fácil encontrar hospedagem nos melhores lugares e avistar cachoeiras que só aparecem na época das chuvas.
Os meses menos chuvosos são os mais procurados pelos aventureiros, tornando os acampamentos mais cheios. A vantagem desse período é que a caminhada fica muito mais tranquila e segura.
Os documentos necessários para brasileiros entrarem na Venezuela são o RG, com data de expedição de no máximo 10 anos atrás, ou o passaporte com validade superior a 6 meses da data da entrada no país.
O certificado internacional da vacina da febre amarela também pode ser solicitado pelas autoridades, apesar de não ser mais obrigatório. É interessante tê-lo em mãos para evitar transtornos.
Não é possível subir o Monte Roraima por conta própria. É necessário estar acompanhado de um guia local ou de uma agência especializada.
O turismo no Monte Roraima é uma das únicas fontes de renda das comunidades indígenas da região.
O trekking pode durar de 7 a 9 dias, sendo 3 dias para subir e 2 dias para descer em qualquer uma das opções. O que muda são os dias que você passa lá em cima.
No trekking de 7 dias, você passa 2 dias inteiros no topo, e na expedição de 9 dias, são 4 dias no alto da montanha.
Se você quiser conhecer todos os pontos do Monte Roraima, sugiro fazer a expedição de 9 dias.
Caso queira visitar apenas as atrações mais famosas, o trekking de 7 dias é o suficiente. Só de estar lá em cima, já é uma oportunidade incrível!
O custo da expedição varia de acordo com a agência escolhida. A expedição mais em conta custa em torno de 3 a 4 mil reais para o pacote de 7 dias. No entanto, dependendo da agência, esse valor pode chegar a até 6 mil reais.
O itinerário das agências geralmente é o mesmo. O que diferencia uma da outra são as comodidades e pequenos confortos, como barracas maiores, qualidade dos sacos de dormir e bancos/cadeiras mais ergonômicos.
As refeições podem variar um pouco também. Mas, independente da agência escolhida, as refeições são super fartas, ninguém passa fome lá em cima.
O tempo em cima do Monte Roraima é imprevisível. No mesmo dia pode fazer calor, frio, sol e chuva.
Por isso é necessário estar preparado para todos os climas e temperaturas. Segue abaixo uma lista com todos os equipamentos que são necessários para a expedição:
O ideal é que a sua mochila tenha no máximo 10% do seu peso corporal. Porém, como são muitos itens, isso fica quase impossível.
Caso você não esteja acostumado a levar tanto peso nas costas, é interessante contratar um carregador pessoal na comunidade indígena Paraitepuy antes de iniciar a caminhada.
O grau de dificuldade do trekking do Monte Roraima é considerado moderado, visto que são mais de 90 quilômetros de trilhas em pelo menos 7 dias.
Contudo, a travessia não possui grandes dificuldades, como escaladas ou trechos que exigem equipamentos técnicos.
A maior dificuldade é carregar o peso da mochila durante todo o trekking. E dependendo do nível dos rios, pode ser necessário o apoio de uma corda para atravessá-los.
As caminhadas variam de 7 a 20 quilômetros por dia. Geralmente, quando há subidas íngremes, a caminhada é mais curta.
Por exemplo, a subida do Monte Roraima é feita em 3 dias e a descida em apenas 2 dias. Veja abaixo a quilometragem aproximada por dia:
1º dia: 15 km - terreno relativamente plano e temperatura alta;
2º dia: 9 km - muitas subidas e temperatura alta;
3º dia: 7 km - subida da montanha e temperatura amena com bastante sombra;
4º dia: 20 km - varia de acordo com os passeios lá em cima;
5º dia: 10 km - varia de acordo com os passeios lá em cima;
6º dia: 15 km - descida da montanha e mudança de temperatura;
7º dia: 13 km - relativamente plano e temperatura alta.
Todos os acampamentos do trekking do Monte Roraima são selvagens, sem luz elétrica e chuveiro quente.
No entanto, em todos eles, há pontos de água por perto para tomar banho e encher as garrafas.
É importante observar se a água está boa para beber ou se é necessário adicionar um purificador.
Geralmente, nos acampamentos de baixo do Monte Roraima não é preciso usar nenhum tipo de purificador. Já na parte de cima da montanha, é recomendável utilizar.
Independente da agência escolhida, as refeições são fartas. O pessoal da equipe prepara café da manhã, almoço, jantar e, às vezes, ainda tem lanche da tarde no meio das trilhas ou no acampamento.
Há opções disponíveis para quem tem restrições alimentares. Basta avisar a equipe antes do início da expedição para que eles providenciem os alimentos necessários de acordo com a restrição.
As jacuzzis são incríveis piscinas que se formam entre as rochas, com águas cristalinas e geladas. São ideais para tomar banho e relaxar após muitos quilômetros de caminhada.
O fosso é um lago profundo no meio das rochas e um dos atrativos mais espetaculares do Monte Roraima.
É possível chegar nele por uma gruta subterrânea ou pulando na água mesmo, quando o nível do lago está alto. Prepare-se para sentir a água mais gelada da vida!
O Vale dos Cristais é uma região do monte repleta de cristais no solo e nas pedras.
É proibido levar cristal embora, inclusive, há revista em todas as mochilas na saída do Monte Roraima.
O Rio Arabopó é a fronteira natural que separa o Brasil da Venezuela. Ele fica situado em meio a paredões rochosos e no meio de muito verde, é um dos lugares mais bonitos do Monte.
Maverick é uma pedra com formato semelhante ao carro de mesmo nome. É o ponto mais alto do Monte Roraima, com mais de 2800 metros de altitude.
Quando a cachoeira do Kukenan está com água, é possível vê-la do topo do Maverick.
La Ventana é o mirante mais famoso do Monte Roraima. A partir dele, dá para avistar o Kukenan, que é a montanha que fica ao lado do Monte Roraima. Na parte da manhã costuma ter menos nuvens.
O Marco da tríplice fronteira é um monumento em forma de pirâmide que separa os 3 países: Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa. É um dos pontos mais visitados do Monte Roraima.
Muitos viajantes aproveitam a viagem ao Monte Roraima para conhecer outros lugares da região Norte do Brasil.
Roraima e os estados vizinhos, Amazonas e Pará, são excelentes destinos, cheios de história, cultura, gastronomia típica e paisagens naturais incríveis.
Você pode viajar quase de graça para diversos lugares no norte do Brasil através da Worldpackers. Além de não gastar nada com a hospedagem, viajar voluntariando é uma ótima maneira de viver uma verdadeira imersão cultural.
Como voluntário, você acaba passando mais tempo nos destinos e vivenciando a realidade de cada lugar. E ainda tem a oportunidade de interagir com as comunidades locais e conhecer lugares menos convencionais.
O voluntariado funciona como uma troca: você ajuda o anfitrião algumas horas por semana e recebe em troca a acomodação e outros benefícios, que podem ser desde refeições a atividades, passeios e cursos.
Em Boa Vista, a cidade porta de entrada do Monte Roraima, você pode fazer um voluntariado num hostel que apoia os povos originários e aproveitar para conhecer melhor a história e a cultura dessa região. Curtiu a ideia? Veja aqui mais detalhes sobre essa oportunidade.
Em Alter do Chão, no Pará, é possível passar um tempo voluntariado num sítio, apoiando nos serviços gerais e na jardinagem. E, no tempo livre, curtindo as lindas praias, lagos e florestas da região. Espia aqui mais informações sobre o trabalho voluntário na Casa da Maya.
Outra opção é o estado do Amazonas. Em Presidente Figueiredo, a cidade conhecida como ‘terra das cachoeiras’, você pode voluntariar numa comunidade sustentável, aprender mais sobre o tema e apoiar o anfitrião com as suas habilidades. Confere aqui a vaga na comunidade.
E aí, ficou com alguma dúvida sobre o Monte Roraima? Que tal embarcar nessa aventura? Aproveite para conhecer outros destinos da região Norte do Brasil com a Worldpackers.
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