Preparamos um guia completo de como fazer trabalho voluntário na sua próxima viagem. Aprenda quais tipos de projetos existem e como escolher o perfeito para você!
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Fazer voluntariado é ajudar outras pessoas, projetos e comunidades doando seu tempo e suas habilidades em áreas ou atividades que precisam de uma mão. Você pode usar sites especializados em voluntariado ou buscar uma ONG por conta própria.
Participar de um projeto de voluntariado social é uma experiência intensa e transformadora, capaz de mudar a forma como você vê a si mesmo e o mundo a sua volta. Então prepara-se para participar de 1, 2, 3, muitos projetos daqui pra frente!
Seja uma outra pessoa ou um problema social, melhorar o dia de um animal que precisa de ajuda ou fazer parte de uma causa ambiental complexa, sabe?
Aquela alegria espontânea e o sentimento de estar bem consigo que surgem porque você decidiu fazer alguma coisa com todo seu coração. Porque percebeu que colaborar com outras pessoas pode te render o aprendizado de habilidades novas, o descobrimento de paisagens novas e a imersão em outras culturas.
Foi através de inúmeros mutirões e ações comunitárias pelo Brasil que eu aprendi o poder do coletivo, o valor de se estender a mão para alguém e receber abraços, sorrisos e a esperança de um futuro melhor como pagamento.
Foi revendo amigos de projetos sociais que participei no passado que aprendi que, quando compartilhamos princípios, diversão e esforço mútuo, somos automaticamente parte de um grande movimento de pessoas ao redor do mundo, que entende e vive a colaboração a cada dia.
Viajar como voluntária me possibilitou tudo isso!
Sem mencionar meu crescimento profissional, a expansão da minha rede de contatos e todas as experiências incríveis que eu vivi até aqui (e todo o dinheiro que poupei!).
Preparado para saber como eu faço?
Leia também: 4 tipos de trabalho voluntário com crianças para você experienciar
Intercâmbio comunitário nada mais é do que oferecer seu tempo a uma instituição, comunidade ou projeto social que precise das habilidades que você tem a oferecer, sem receber em troca uma ajuda financeira.
O que você recebe em troca vai depender da experiência que você escolheu. Inclusive, não há conselho melhor do que ajustar todos os detalhes e tirar todas as dúvidas com a pessoa que vai te receber no local antes de ir.
Nessa conversa, seja honesto quanto às suas dúvidas e expectativas. Pergunte sobre como será a alimentação, o dormitório, o banho, as roupas e uniformes, recompensas e o que mais vier a sua cabeça. E deixe claro algum limite pessoal seu, se for o caso.
Aprendi com as minhas experiências que a honestidade nessa hora vai facilitar uma porção de maus entendidos no futuro, já que alguns trabalhos voluntários vão te oferecer muitas regalias e outros nem tantas.
A quantidade de horas ou dias que você deverá contribuir é outro ponto importante de ser discutido antes de fecharem de comum acordo, e claro, dentro das suas possibilidades. Não comprometa todos os seus dias de férias para um trabalho como esse se você também gostaria de ter alguns dias para simplesmente relaxar, seja sincero com suas vontades também!
As horas de trabalho variam bastante de acordo com o tipo de atividade que está sendo pedida e também se a atividade em questão é um projeto permanente ou um evento pontual.
Em eventos pontuais, é normal que a carga horária seja alta, principalmente se este durar poucos dias. Por outro lado, se você pretende ficar semanas ou meses no local, certifique-se de que terá semanas equilibradas entre trabalho e tempo livre.
Como o voluntariado é o objetivo da sua viagem, mas não o resumo dela toda, o ideal é que você ainda conte com tempo livre para outras atividades que desejar. Por isso, discuta a carga horária com quem vai te receber e deixe clara a sua intenção de participar de atividades concomitantes, se for o caso. Tudo pode ser discutido e acordado de antemão.
Alguns locais ou organizações podem pedir que um acordo seja assinado. Leia com atenção as cláusulas e assine se concordar. Esse tipo de burocracia pode ser importante em caso de acidentes e seguro de vida, então encare isso de forma positiva.
Ah! E se você quiser se aprofundar ainda mais nesse mundo de projetos sociais, a Worldpackers Academy conta com um curso completíssimo sobre a essência do empreendedorismo social. Vale a pena ver!
Existem muitos jeitos de montar uma viagem com foco social.
A organização da sua viagem voluntária depende diretamente do seu objetivo final com a atividade. Simplificando, você pode escolher voluntariar por uma causa, por um projeto ou por uma convicção.
As diferenças entre cada uma e como escolher o que cabe melhor pra você estão mais adiante, mas posso adiantar que, para qualquer lugar que você sonhe ir, existe a oportunidade de ser voluntário.
Na prática, esses é o passo a passo que você tem que seguir:
Foi me inscrevendo como voluntária para os jogos olímpicos e paralímpicos e me dispondo a ficar por dois meses no Rio de Janeiro que eu vivi a cidade, as competições, a vila dos atletas, conheci pessoas do meu círculo de interesse, melhorei minhas habilidades em idiomas, cresci como profissional, me diverti como nunca havia imaginado e voltei para casa cheia de experiências únicas.
O que você pode oferecer ao viajar como voluntário varia de acordo com seus recursos. Vale colocar em uma lista o peso de cada um para você:
Como funciona: quando seu objetivo for contribuir para a resolução de um problema grande ou mundial, como acesso à educação, mudanças climáticas ou a extinção de uma espécie animal.
Nesse caso é importante ter em mente que você será parte de um esforço coletivo e contínuo, e que é possível que você contribua com uma etapa de toda a ação que será feita para a resolução do problema em questão.
O melhor canal para acessar esse tipo de oportunidade são organizações sociais a nível local ou global, como a ONU, UNICEF, os escoteiros, a Cruz Vermelha, os movimentos Olímpico e Paralímpico, as organizações religiosas ou qualquer outra organização que já conte com a estrutura de voluntariado prevista.
Como funciona: quando seu objetivo for resolver ou contribuir para a resolução de um problema local, como uma crise humanitária, uma catástrofe natural ou uma ação de melhoria mobilizada.
Nesses casos, existe a possibilidade de você aderir a um projeto que já está em andamento ou você mesmo pode criar o seu projeto e convidar mais gente para fazer acontecer.
Nesse caso, o jeito mais fácil de ter acesso a tais oportunidades é através das organizações sociais locais (ligadas ou não a política local) e agências/plataformas especializadas no agrupamento dessas oportunidades, como a Worldpackers, a AIESEC e tantas outras.
A taxa de participação varia muito de uma para outra. Por isso, vale pesquisar para ver o que se encaixa melhor no seu orçamento de viagem.
Como funciona: essa é para quando seu objetivo for compartilhar com outras pessoas uma convicção pessoal, podendo ser relacionada à alimentação, estilo de vida, costumes, cultura ou o que quer que faça uma ponte entre você e outras pessoas.
O desafio aqui é encontrar pessoas que compartilham algo com você, e alinhar suas expectativas e disposições a fim de encontrar uma maneira de se ajudarem mutuamente.
Aqui, novamente, existe uma infinidade de plataformas e redes sociais que centralizam essas pessoas. No meu caso, viajei para a Amazônia com a Worldpackers.
De qualquer forma, você é a melhor pessoa pra dizer qual projeto ou iniciativa gostaria de apoiar.
Em dúvida de onde começar?
Você pode sempre fazer sua primeira experiência social em projetos de voluntariado espalhados pelo Brasil e depois, quando se sentir mais segura e confiante, experimentar em outros países.
Depois de navegar por todas as possibilidades de projetos possíveis que você pode ajudar, tenha em mente os lugares que te atraem como destino, maaas (importante!) nao se prenda muito a isso.
Nesse tipo de viagem, é tão fundamental que você tenha intimidade com os objetivos e princípios do trabalho, que eu posso te garantir que o lugar em que se esta é apenas parte do todo.
Portanto, permita-se viajar a um lugar que nunca havia imaginado! Há muitas oportunidades colaborativas e tipos de trabalho voluntário pelo mundo que você nem imagina.
Por fim, é hora de pensar no quanto essa experiência vai custar, já que isso definirá quando você poderá tirar a viagem do papel.
Para isso, leve em consideração as recompensas e benefícios que receberá no programa que escolher e faça uma projeção do quanto vai gastar com:
Dependendo da oportunidade que você escolher, alguns desses pontos não terão custo algum, o que pode virar uma economia gigante no final das contas.
Depois de levar todos esses fatores em consideração, é hora de literalmente planejar a sua viagem. Eu gosto de seguir essa listinha de coisas para garantir que tudo vai sair bem no planejamento:
Como qualquer outra viagem, não tem muito segredo :-)
Para um projeto ou comunidade, a sua ação voluntária pode e vai fazer toda a diferença. Assim como fará para você.
Além disso, esse tipo de viagem costuma ser muito mais econômica quando comparada ao modelo tradicional (o que uma galera chama de "turistão") onde você paga por absolutamente tudo e mesmo assim talvez não viva uma experiência completa ou autêntica.
Em todas as minhas viagens em que o objetivo central era um trabalho voluntário, fiz uma simulação do quanto eu teria que desembolsar caso fosse por meios "tradicionais" (ou seja, pagando hospedagem, alimentação, transporte, tickets de turismo, etc) e a conclusão é sempre que estou economizando uma grana :-)
Além disso, durante a minha viagem, costumo optar por comprar de comerciantes locais. Além de contribuir com a economia da região, acabo descobrindo uma série de coisas que nem sabia que existiam. Uma verdadeira experiência de troca, de respeito e de multiculturalismo.
Foi ensinando geografia para crianças numa escolinha em uma comunidade nativa que eu tive a oportunidade de acampar por 13 dias em meio a floresta amazônica e viver e aprender com os locais.
Viver com pouco, conhecer ingredientes novos, ouvir dicas de qual é a feira mais barata nas redondezas, ser convidada para comer na casa de Fulana, ir naquele lugar incrível que a maioria dos turistas não têm acesso.
É um patrimônio imaterial seu. Parte do impacto social que uma viagem como essas traz, para você e pra quem te recebe.
Alguns voluntariados são baseados em causas delicadas e importantes. Por isso, tente extrair ao máximo e aprender com isso. Outros serão em lugares em que a cultura é muito diferente da sua, e tudo bem se sentir destoante dos demais.
Assim como qualquer outro compromisso que você assuma, tenha em mente que as pessoas estarão contando com você, então faça valer sua viagem até lá.
Dê o melhor de si, seja participativo, viva a experiência intensamente, e não hesite em se chocar com o que vai ver.
Independente se você for ajudar no seu próprio país ou participar de projetos na África ou até em outros destinos, faz parte do processo se surpreender com a realidade local, não concordar com tudo que você vê, não se sentir em condições ideais ou se sentir impotente diante de algumas situações.
Se você ler relatos de outras pessoas que já tiveram essa experiência única, vai ver que os aprendizados giram sempre em torno de uma coisa: você aprende mais do que ensina.
Com sorte, você e o planeta serão melhores depois de tirar a sua viagem voluntária do papel.
Espero que essa guia de como fazer um trabalho voluntário te ajude a cair no mundão colaborando com outras pessoas.
De viajante para viajante: boa jornada!