Descubra o que é uma casa ecológica e siga um passo a passo para começar sua construção. Saiba também como é possível aprender na prática através do voluntariado.
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A sustentabilidade e a preservação ambiental são temas cada vez mais discutidos hoje em dia. Muitas pessoas estão adotando um estilo de vida mais amigável à natureza, projetando e construindo casas ecológicas para viver em harmonia com o meio ambiente.
Mas afinal, você sabe o que é uma casa ecológica? Neste artigo, vou explicar o conceito, as características e os principais materiais para construir uma. Veja também como aprender na prática por meio de voluntariado.
Uma casa ecológica é projetada e construída com o objetivo de minimizar os impactos ambientais. Esse tipo de moradia preserva toda a natureza ao seu redor, com a ideia de integrar a construção ao meio ambiente.
Por isso, para a residência ser considerada uma casa ecológica, deve-se pensar em todos os detalhes desde o início do seu planejamento.
Abaixo, destaquei algumas características que são essenciais numa casa ecológica:
Uma casa ecológica tem o foco na redução dos impactos ambientais antes mesmo do início da sua construção. O seu próprio projeto visa a interação com a natureza, utilizando recursos renováveis e materiais ecológicos.
Enquanto uma casa sustentável segue padrões de construções urbanas, ela também conta com tecnologias favoráveis ao meio ambiente. Além disso, proporciona um retorno financeiro a longo prazo, como a economia nas contas de luz e água.
Existem diversas técnicas que envolvem a bioconstrução, e a escolha depende da matéria-prima disponível em cada local. No Brasil, um dos materiais mais utilizados é a terra. Portanto, muitas técnicas de construção empregam a terra como matéria-prima principal, sendo as mais comuns:
Essa técnica é muito utilizada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Ela é feita com terra e outros materiais naturais, como madeira, bambu ou cipó para formar uma estrutura básica.
A construção com pau a pique tem a vantagem de ser muito econômica, pois utiliza materiais locais e facilmente encontrados. Além disso, oferece um bom isolante térmico e acústico, tornando a residência confortável.
Adobes são tijolos feitos de terra. Utiliza-se o mesmo tipo de terra que o pau a pique, junto com palha e água, que posteriormente são moldados e secados ao sol.
É uma das técnicas mais utilizadas na bioconstrução, pois prioriza o uso de materiais de baixo impacto ambiental e adota sistemas alternativos de tratamento de resíduos, consumo de energia e água.
Esse tipo de construção consiste em uma mistura de terra com 10% de cimento. Sua preparação é realizada em uma máquina manual ou automatizada, que compacta a massa antes de passar para o processo de secagem.
Assim como todas as técnicas mencionadas acima, também não requer queima.
Cob é uma mistura de terra com palha seca. Ela é aplicada na parede como se fosse uma massa de modelar, sem necessitar de estruturas adicionais. Essa técnica é muito resistente e permite formas orgânicas e escultórias, como a famosa casa João de Barro.
É uma técnica similar ao adobe, porém mais utilizada para esculpir paredes desde a fundação até o teto. A vantagem é que as casas feitas com esse material conservam a temperatura interior, funcionando como um isolante térmico natural.
Taipa de pilão é a construção de paredes utilizando fôrmas feitas com tábuas ou chapas metálicas.
A massa é composta de terra e palha, e o nome deriva do fato de se utilizar um pilão para socar a terra dentro das fôrmas, chamadas taipais.
O primeiro passo para construir uma casa ecológica é analisar o clima local. É essencial saber sobre a temperatura anual, se o lugar é seco ou úmido, e, principalmente, ter conhecimento sobre a quantidade de chuva, seja ela escassa ou abundante.
Essa análise é necessária para identificar quais materiais são adequados ao local. Quanto melhor for esse diagnóstico, mais confortável a casa ficará.
O segundo passo é pesquisar sobre as matérias-primas disponíveis na região, como bambu, madeira, terra, areia, palha, e outros materiais que podem ser utilizados para a construção.
Essa etapa é importante para deixar a construção com o custo mais baixo. Se há abundância de um determinado material nas redondezas, é interessante usá-lo, não sendo necessário ir em busca de matéria-prima em outro local.
O terceiro passo é procurar mão de obra local. As pessoas que moram nos arredores certamente vão saber informar sobre alguém especializado em bioconstrução. Essa interação com a comunidade local também é interessante para conhecer melhor as vantagens e desvantagens da região onde será feita a construção.
A próxima etapa é observar a posição do sol e o sombreamento para otimizar a climatização da casa. As áreas mais sombreadas são ideais para o verão, enquanto as mais ensolaradas são vantajosas no inverno. O ideal é posicionar os quartos numa direção em que recebam a luz do sol da manhã.
A construção de uma casa envolve inúmeros riscos relacionados à segurança, sendo assim, é imprescindível contratar um profissional capacitado, como um arquiteto ou engenheiro civil.
Através da plataforma da Worldpackers, é possível realizar voluntariado na área de bioconstrução e aprender diversas técnicas para construir uma casa ecológica.
Essa é uma ótima forma de contribuir com projetos sustentáveis e ao mesmo tempo, desenvolver habilidades relacionadas a esse tema.
A área de bioconstrução tem crescido consideravelmente nos últimos anos, e um dos obstáculos é a escassez de mão de obra especializada. Com poucos cursos disponíveis no mercado, realizar um trabalho voluntário para aprender sobre o tema pode abrir muitas portas.
Em Paraty, no Rio de Janeiro, há uma oportunidade para ajudar a construir chalés usando a técnica de pau a pique. Se você quer aprender a construir casas com suas próprias mãos e materiais naturais, esse voluntariado é uma grande experiência.
Você contribui com 25 horas por semana, divididas em 5 dias, e, em troca, recebe acomodação gratuita, café da manhã e lavanderia gratuita. Vários viajantes que passaram por essa vivência mencionaram que aprenderam muito sobre bioconstrução e também sobre agrofloresta.
Confira mais informações sobre a oportunidade em Paraty, no RJ, aqui!
Em meio às montanhas de Santa Catarina, na cidade de Praia Grande, há uma vaga para apoiar na bioconstrução de um ateliê de artes. O sítio está localizado no pé da Serra Geral, na região do Parque Nacional Aparados da Serra.
São apenas 16 horas de trabalho por semana, divididas em 4 dias. O anfitrião oferece hospedagem gratuita, café da manhã e almoço. Nessa experiência, além de aprender sobre bioconstrução, você terá a oportunidade de desfrutar de toda a natureza da região no seu tempo livre.
Dê uma olhada nos detalhes dessa vaga em Praia Grande, SC!
Na Praia do Conde, uma das mais bonitas da Paraíba, a apenas 20 quilômetros de João Pessoa, tem um anfitrião em uma comunidade ecológica que recebe voluntários para trabalhar com bioconstrução e jardinagem.
Nessa experiência, além de aprender a construir uma casa ecológica, você também pode aproveitar as praias da região, já que o sítio fica a poucos passos do mar. Você ajuda com 20 horas por semana, e o anfitrião oferece acomodação, café da manhã e bicicletas para usar à vontade.
Confira aqui essa experiência na Praia do Conde, na Paraíba!
Além dessas experiências no Brasil, é possível fazer voluntariado para aprender a construir uma casa ecológica em mais de 140 países. Basta tornar-se membro da Worldpackers e buscar por vagas na área de bioconstrução.
Por exemplo, na Bolívia, em uma cidade chamada Mizque, repleta de belezas naturais, há um centro holístico que recebe voluntários de todas as nacionalidades para apoiarem na bioconstrução e jardinagem do espaço.
São 25 horas de trabalho por semana, e o anfitrião oferece acomodação gratuita e todas as refeições (café da manhã, almoço e jantar). Muitos voluntários que passaram por lá falaram que a experiência foi maravilhosa e gratificante, permitindo conhecer um pouco mais sobre a cultura boliviana.
Curtiu a ideia? Veja aqui os detalhes desse voluntariado na Bolívia.
Já na Tailândia, em uma casa de campo autossuficiente, é possível participar como voluntário e aprofundar seus conhecimentos sobre o tema. São 20 horas de trabalho por semana, e nessa vivência, o anfitrião cobra uma taxa extra devido à inclusão de todas as refeições.
Um voluntário que teve essa experiência comentou que aprendeu muito sobre sustentabilidade e destacou que tanto o alojamento quanto as refeições são incríveis. Essa é uma oportunidade excepcional para explorar a Tailândia por uma perspectiva única!
Já pensou em passar um tempo no Sudeste Asiático e, de quebra, ainda aprender a construir uma casa ecológica? Confira aqui os detalhes dessa oportunidade!
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Gostou de saber que é possível aprender a fazer uma casa ecológica através de um voluntariado? É a melhor maneira de aprender sobre bioconstrução na prática e, além disso, conhecer diversos lugares e pessoas de todas as nacionalidades.