Meu roteiro de um ano pela América Latina com dicas de destinos, tempo aproximado em cada lugar, custos médios e sugestões de lugares para um ano sabático.
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Este itinerário abrange dez países, terá a duração de um ano e aqui eu compartilho tudo com vocês!
Claro, nenhum itinerário é perfeito, e nunca há tempo suficiente para ver tudo, mas este lhe dará uma ótima base para ver todos os destaques. É claro que você sempre pode mudá-lo, adicionando ou pulando destinos de acordo com a sua viagem.
Durante o planejamento do meu mochilão, que acabou virando um ano sabático, decidi que mesclaria experiências Worldpackers com hospedagem comum paga, porque havia lugares que eu queria apenas conhecer e outros que gostaria de passar um tempo e viver como um local.
Se você tá pensando em tirar um ano sabático e quer ganhar uma grana extra enquanto viaja, além de diferentes tipos de voluntariado, a Worldpackers também oferece cursos onlines que vão te ajudar a descobrir novas formas de ganhar dinheiro para viajar o mundo.
Iniciei a jornada passando dois meses como voluntária no ITH Beach Bungalow em San Diego e no projeto social Gleaning for the Hungry, ambos na Califórnia, para aprimorar o inglês mas aqui vou detalhar o trajeto latino-americano!
Pensando no que julgo importante na vida de um viajante, decidi por esses itens como base de cálculo de custo de vida em cada país e/ou região que passei (prioridades, não é mesmo?):
Não abrange todos os países por algumas questões políticas e de conflitos que têm ocorrido na América Central e também por questões pessoais (tive que pular o Equador porque quero passar meu aniversário mês que vem em Machu Picchu!). Vamos lá:
Até o momento, faltando seis meses para completar um ano inteiro de viagem, eu gastei R$ 17 mil reais incluindo tudo:
A cifra parece alta, e de fato é. Mesmo tendo aproveitado bastante e conhecido muita coisa (considerando que Califórnia e América Central são caros!), tenho consciência que poderia ter gasto menos, talvez de R$12 a R$14 mil reais. Mas o que me consola é saber que muitos mochileiros já passaram por isso e fica aí o aprendizado, rs.
Além de tudo isso, existe a questão “ser mulher viajando sozinha”. Infelizmente ainda não podemos simplesmente viajar e se hospedar em qualquer lugar, pegar alguns tipos de transportes super baratos e/ou carona em qualquer lugar, etc.
Eu particularmente luto todos os dias (escrever é uma das formas) para que mais mulheres viagem sozinhas e ocupem seus lugares de direito, porém enquanto não temos segurança o suficiente para isso, cuidar-se em dobro é essencial. É isso implica em gastar mais às vezes.
Mas a notícia boa é que aqui na América do Sul já percebi que vou gastar bem menos! A previsão é de gastar mais uns R$ 5 mil entre Peru, Bolívia e Chile. Para fechar, vou fazer mais voluntariados e work exchanges porque quero passar mais tempo nesses lugares.
Pra fechar, pretendo trabalhar no Chile também para recuperar um pouco do dinheiro gasto. Sei que no Atacama rolam boas oportunidades para brasileiros em agências de turismo e em Pichilemu (litoral sul de Santiago), vou dar aulas de Yoga num hostel num sistema de donation based (vou fazer work exchange no hostel e, durante as aulas, posso ganhar gorjetas de quem participar da aula).
Iniciei a viagem aterrizando no aeroporto de Cancún desde Los Angeles, no estado mexicano banhado pelo maravilhoso mar caribenho!
É uma região mais cara justamente por estar no Caribe, porém famosa pelas praias belíssimas, cenotes de tirar o fôlego e algumas ruínas Mayas (porém não as maiores).
O que fazer?
Opções extras: Isla Mujeres, Chichén Itzá, Playa Carmen (esse último eu passei para poder pegar a balsa a Cozumel e particularmente não gostei, muito turístico).
Custos médios, em MXN (1 MXN = 0,20 BRL - ago/18):
Essa ilhota é destino para curtir e descansar no melhor estilo “go slow” dos belizenhos! Muito reggae, calor, café gelado e visuais lindos.
Eu passei 10 dias porque consegui hospedagem grátis (sim, existem mais pessoas boas que ruins no mundo!) e precisava fazer uma pausa entre viagens.
O que fazer?
Opções extras: visita ao Blue Hole (caso você seja amante do mergulho, pois custa bem caro, cerca de 200 USD!)
Custos médios, em BZD (1 BZD = 1,95 BRL - ago/18):
Cultura viva, pura, um sincretismo diário! Defino assim a Guatemala, um país que ganhou meu coração com seu povo, contrastes, paisagens únicas e muita cultura Maya presente até os dias de hoje, mesclada com a de seus colonizadores espanhóis.
O que fazer?
Opções extras: Xela (Quetzaltenango), praia El Paredón.
Custos médios, em GTQ (1 GTQ = 0,52 BRL - ago/18):
O Estado mais pobre do México é um dos mais ricos em recursos naturais e cultura, pois antigamente pertencia à Guatemala, portanto a semelhança cultural indígena é bem grande.
O que fazer?
Opções extras: Cânion do Sumidero e Cascata azul.
Custos médios, em MXN (1 MXN = 0,20 BRL - ago/18):
Pura vida, mae! Você provavelmente vai ouvir isso muito lá em vez de obrigado, olá ou tudo bem.
Esse canto carinhoso da América Central tem uma vibe super pacífica (o país não tem nem exército) e com respeito à natureza, portanto se você curte surf, praia, trilhas, é o lugar certo! O único ponto negativo é o custo de vida, super caro para viajantes, por isso encontrar um voluntariado é essencial para o bolso!
Além disso, como eu fiquei mais tempo em Santa Teresa (e trata-se de uma praia com muitas opções de bares e restaurantes), encontrei um trabalho temporário com facilidade: era garçonete em um bar de esportes e trabalhei nos dias de jogos da copa do mundo!
Ganhava uma grana e ainda me divertia com os torcedores (por vezes sofria com eles). Vendi minha câmera também, pois além de não ter mais vontade de sair com uma câmera profissional fotografando, ela e seus acessórios pesavam nas minhas costas, e lá encontrei um bom comprador.
O que fazer?
Opções extras: Parque Cahuita, Manzanillo, Manuel Antônio e Corcovado (a Costa Rica tem mais de 25% do seu território protegido por parques nacionais!).
Custos médios, em CRC (1 BRL = 145 CRC - ago/18):
O arquipélago de Bocas del Toro é curioso pois é um Caribe mais autêntico, onde os próprios locais descendentes dos indígenas comandam o turismo (isso não é muito comum). Portanto não espere muita estrutura, mas espere muitas belezas naturais!
O que fazer?
Opções extras: arquipélago de San Blas e Cidade do Panamá.
Custos médios, em BLB (1 BLB = 3,91 BRL - ago/18):
Que terra boa! A Colômbia me pareceu muito semelhante ao Brasil no que diz respeito à diversidade, seja de paisagens, clima, pessoas ou comida. Além disso, o país tem muita história pra contar (boas e tristes), da época colonial até os dias de hoje.
O que fazer?
Opções extras: Ilha de San Andrés, Minca, Deserto de La Guajira, Bogotá, Cali, Las Lajas e Deserto de Tatacoa.
Custos médios, em COP (1 BRL = 750 COP - ago/18):
É praticamente obrigatório a leitura das obras de Gabriel Garcia Marquez (principalmente “Cem Anos de Solidão”) se você pretende conhecer a Colômbia como ela realmente é.
O mestre do realismo mágico faz você enxergar a tudo de uma forma divertida (por vezes sofrida), porém verdadeira. E quando se está na Colômbia como estou agora é inevitável não identificar e se encantar com todas as referências que Gabo usava em seus livros como cores, calores, contextos e pessoas!
E aqui completo seis meses até agora. Ainda me falta Peru, Bolívia e Chile, onde o planejamento é o seguinte (sujeito a mudanças, obviamente, pois essa é uma das grandes graças de viajar!):
Em breve volto para atualizar a minha jornada de um ano sabático cruzando as Américas, mas por hora tenho muita América do Sul pela frente!
Qualquer dúvida, é só me deixar um comentário aqui no final do texto. Ou então, para detalhes mais completos ou até dicas específicas pra sua viagem, me envie uma mensagem aqui pela Worldpackers ou deixe um comentário.
E se quiser outras sugestões de destinos para conhecer no seu sabático, veja nosso artigo com 10 lugares paradisíacos mundo afora.
Como a própria autobiografia de Gabo diz, “Vivir para Contarla”, então, bora!