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8 dicas de como voltar de viagem depois de um ano de mochilão

Voltar de viagem após um longo período não é uma tarefa fácil para alguns mochileiros, mas essa fase pode trazer um início cheio de novas possibilidades e inspirações.

Lisiane

Sep 07, 2021

8min

Colocar uma mochila nas costas e encarar novas aventuras traz, além da ansiedade e certa expectativa, um sentimento de liberdade tão grande que apenas um sorriso discreto no rosto e uma respiração profunda é capaz de expressar. 

Sem alarde, esse é um daqueles momentos em que o viajante percebe que está seguindo o seu sonho, por isso não há espaço para reclamar, só agradecer.

A ideia de largar trabalho, estudos ou uma rotina que segue os padrões de uma sociedade consumista, ou apenas dar uma pausa na rotina por 365 dias, ou até menos, não é nada fácil. 

Exige um "clique" para que a decisão seja tomada e às vezes esse bendito despertador vem acompanhado de um pé na bunda ou uma demissão. 

Também existem outros fatores que fazem com que o viajante adormecido acorde e enxergue o momento certo de se arriscar pelo mundo, tendo apenas a certeza de que a incerteza será uma companheira presente, mas também sem a pressão de planejamento, apenas vivendo cada momento e, se tiver que planejar algo, que seja o próximo destino. 

Para isso, é necessário não só tomar a decisão, mas estar aberto a viver novas experiências, sem ter na cabeça muitas expectativas ou uma ideia fixa, como explica a psicóloga Natália Dalpiaz, que trabalha auxiliando intercambistas através de orientação psicológica através do projeto Prô Mundo. 

“Aquelas pessoas que saem para uma viagem com uma ideia fixa, um plano específico, tem maior probabilidade de se frustrar se não conseguir alcançar aquele objetivo, ao mesmo tempo são prejudicadas por não aproveitar outras coisas que poderiam ser interessantes. Isso muitas vezes é uma característica de personalidade ou pode estar ligada a estratégias para sentir-se mais seguro e confiante. 

O mundo está cheio de possibilidades que o dia a dia, a rotina, a vida dentro da bolha em que estamos acostumados a viver, não nos permitem enxergar. Estar inserido em um ambiente com cultura diferente, novas pessoas e exigências sociais que nos permitem maior troca e novas identificações tende a ser muito construtivo”. 

Quando se encara esse tipo de aventura, ela traz alguns bônus por ter deixado a vida anterior na geladeira, como praias paradisíacas, escaladas em picos altíssimos, ventos fortes e gelados nas noites no deserto, comidas exóticas e sabores que nunca tocaram o seu paladar antes e pessoas com o mesmo espírito desbravador, dispostas a fazer muitos amigos e explorar esse mundão de meu Deus.

Muitos viajantes vão se tornar seus melhores amigos após a primeira troca de palavras enquanto esperava um trem, ou compartilhavam o quarto cheio de camas de algum hostel pelo mundo. 

Pessoas que vão te admirar por estar disposto a passar um ano viajando e vivendo novas experiências, podem até  dar dicas úteis sobre os lugares por onde passaram e a melhor forma de chegar em algum ponto que ainda não foi tão explorado pelo turismo.

Vai ter um dia totalmente diferente do outro e nem vai mais se dar conta dos dias da semana, talvez vai deixar de se preocupar até com calendário, há não ser que tenha algum voo agendado para o próximo destino.

O tempo voa na estrada, até se dar conta de que a hora de voltar viagem chegou! Às vezes essa percepção vem acompanhada por incertezas, dúvidas e insegurança.

O que fazer para não tornar a volta para casa após um mochilão tão pesada e, às vezes, triste? 

A psicóloga Natália deu algumas orientações e esclarece pontos que podem passar despercebidos nesse processo, principalmente para aqueles que querem encarar a volta de uma forma mais leve e se sair bem nesse momento, que é um novo recomeço para muitos mochileiros.

Confira as melhores dicas para a hora de voltar de viagem:

1. A embalagem pode ser a mesma, mas o conteúdo é outro

É importante levar em consideração que você volta com mochila cheia de roupas, talvez peças novas e alguns presentes, mas nada vai se comparar com o que está dentro da sua cabeça. 

“É preciso se dar conta de que você já não é a mesma pessoa que saiu de casa, a bagagem está muito maior. De forma bem objetiva, é como tirar algo de dentro de uma embalagem e depois ter que ajustar com muito cuidado para conseguir colocar no mesmo lugar, sabendo que não ficará no mesmo formato”.

2. Valorize a sua base

Ao pensar em voltar, busque levar em consideração as pessoas que te apoiaram na ideia e incentivaram, aquelas que morrem de saudade e sempre mandavam mensagens perguntando como estava, antes de onde estava. 

Não esqueça das relações que construiu e que estão esperando para serem reanimadas. 

“Tem que ter empatia com as pessoas que ficaram e lembrar-se que elas não viveram o que você viveu, e que é você quem está com a visão de mundo diferente. Lembre-se sempre das razões que o fazem voltar, elas são a força maior. Se são o suficiente para fazer você ficar, é hora de planejar o resto, utilizar a bagagem para construir coisas novas dentro de todas as facilidades que "estar em casa" proporcionam”. 

3. Não busque respostas pelo caminho

Se algo não ficou resolvido, tente não levar o peso na sua bagagem pessoal e procure viver as experiências que surgirem. 

“Sempre tomando cuidado com o fato de que o ser humano está em constante busca de algo que encaixe e preencha, e a estrada não dá respostas, dá vivências, os benefícios dependem muito da forma como cada um reflete e vive esse momento. Questões pessoais não resolvidas a gente leva junto para qualquer lugar do mundo”.


Lisiane compartilhar alguns ensinamentos sobre voltar de viagem

4. Turbine as ferramentas de antes e faça um novo caminho

A rotina de uma vida mais relaxada no início pode ser útil, mas não deixe se desgastar com um dia a dia inativo e pouco produtivo, como pontua Dalpiaz. 

“Você não precisa voltar a fazer as mesmas coisas, pode inserir novas atividades no seu dia a dia, buscar novas oportunidades e inclusive explorar melhor o que tem lá e antes não percebia. Viajar também faz lembrar coisas boas e facilidades que tínhamos "em casa" e não nos dávamos conta. 

Feito essa preparação mental, pode começar a planejar esse retorno de forma prática para não se deixar consumir pela rotina e procrastinação novamente. Seja ativo nesse processo e já trace algumas metas, esse território você já conhece, use dos instrumentos adquiridos no caminho”.

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5. Compartilhe experiências positivas e negativas

Todos gostamos de falar sobre os lugares que já visitamos, das experiências agradáveis que passamos, das comidas e costumes, mas calma, sem exageros e repetições! Não torne esse momento cansativo para outras pessoas, para que não pensem que quer contar vantagem ou que não tem outro assunto.

“Acredito que compartilhar seja uma forma de querer mostrar para quem está perto aquilo que viveu, é super natural querer fazer isso e ficar revivendo esses momentos através das lembranças. 

Acho importante sempre poder resgatar também o quanto aquilo foi desafiador, o quanto exigiu de você, aquelas experiências que não foram tão boas. Porque indiferente de onde se esteja, existem os momentos de felicidade e outros não tão bons. Os momentos não tão bons sempre vão nos enviar mentalmente para possibilidades melhores já vividas ou para o que o outro está fazendo”.

6. Colha experiência e viva o momento

“Ninguém é feliz o tempo inteiro, por mais que as redes sociais queiram vender isso. Viver no presente exige esse exercício mental de tomar consciência do que se está fazendo no momento e saber aproveitá-lo, independente do lugar onde está. 

Cada acontecimento é uma experiência e sem viver o presente não se chega no futuro. Traçar pequenas metas podem ser um estímulo, uma motivação para encarar aquilo que se torna chato no dia a dia. Incluir alguma atividade diária que gere prazer também é uma boa alternativa”.

7. “Depressão pós viagem” ou assuntos mal resolvidos?

Aproveite a viagem para se libertar e rever alguns conceitos. Relações indefinidas, problemas mal resolvidos e sentimentos guardados podem tornar o retorno mais complicado e fazer ressurgir sensações que aos poucos podem te levar a um caminho difícil de ultrapassar. 

“Em termos científicos, acredito que ainda não existam estudos suficientes para categorizar isso - “depressão pós viagem”-. Acho que as dificuldades na readaptação, as frustrações com aquilo que buscava, as perdas e separações que teve que enfrentar, olhar o retorno como fracasso ou demais situações ligadas a um retorno mal sucedido, podem vir a desencadear uma depressão. Depende de como a pessoa lida com tudo isso, quais eram as expectativas dela, os problemas que adiou com a viagem e que precisa encarar no retorno. 

É como voltar de férias e ter que enfrentar a vida diária, mas isso precisa ser feito em algum momento. Até aqueles que adoram o trabalho e a rotina tem atividades chatas para fazer. Faz parte!”.

8. Não pense que está dando um passo para trás

Ao ter que voltar e perceber que outras pessoas estão continuando viagem e planejando novos destinos, pode ser um pouco frustrante para muitos mochileiros. 

Lembre-se que cada um tem uma vida própria e por isso evite comparações. Não pense que voltar para casa é como dar um passo para trás, a especialista explica como. 

“Treinando sua flexibilidade mental e se dando conta de suas autocobranças e cobranças sociais, familiares. Viajar permite que você quebre preconcepções e a ideia de voltar para casa pode trazer novamente certas exigências:

"Como você faz faxina se tem uma faculdade?";

"Pelo menos juntou algum dinheiro?";

"Já está ficando para titia";

"Está na hora de se virar sozinho";

"O que está fazendo da sua vida?";

"Teus pais te pagaram estudo para quê?"

Por mais construtivo que possa ser uma viagem no aspecto de crescimento pessoal, muitas crenças permanecem internalizadas e são reativadas na hora do retorno.

As cobranças sociais permanecem, mas a forma como sua rede de apoio e familiar veem isso influenciam bastante na maneira como você se cobra a respeito. Muitas vezes as pessoas se cobram por certas coisas que não querem fazer, projetando no outro a necessidade dessas realizações. 

Entrar em contato com isso, mudar a forma de se comunicar, ouvindo a opinião do outro e aprendendo a colocar a sua e dar-se conta de que as coisas não precisam ser dessa forma pode ser libertador emocionalmente”, conclui.



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