Uma reflexão sobre a zona de conforto, os medos que nos seguram e o que está além dessas inseguranças.
2min
Coragem faz falta.
Pra sair do lugar. Pra tomar o próximo passo. Pra decidir o que será daqui pra frente. Pra abrir mão de todo o resto.
Coragem não é sinônimo de certeza.
Nunca será. Pra sair de um emprego que não faz mais sentido. Pra correr atrás de um sonho. Pra fazer a mochila e deixar a vida toda do lado de fora.
Coragem é inimiga do ego.
É um estalo de lucidez onde nada além da sua própria vontade faz sentido. É fechar os ouvidos pro que os outros vão dizer sobre você.
Coragem é a exceção, não a regra.
A regra é esperar o próximo final de semana. Assistir a nova série. Reclamar do atendimento do restaurante. Continuar lendo (ou escrevendo) mais um texto sobre falta de coragem. É viver o mesmo dia amanhã, de novo.
Corajoso é sempre o outro.
Nunca eu quando decidi que aquela vida não é(ra) pra mim. Nunca eu quando abri mão de tudo. Nunca eu quando decidir não mais voltar.
Coragem é alinhamento.
Com o que queremos ser. Com o mundo que queremos construir. Com a vida que buscamos.
Coragem é desligamento.
Com tudo que não faz mais sentido. Com quem nos trava, ao invés de apoiar. Com o passado. Com o futuro.
A Coragem é arriscada demais pra fazer sentido.
Mas faz. No momento que bate aquela certeza que viajar foi a melhor decisão que você já tomou na vida. Quando você volta e ninguém mais te reconhece. Quando as coisas que você valoriza não são mais coisas. Ao pegar a estrada mais uma vez, arriscando tudo (que, agora você sabe, não é tanto assim) de novo.
Que não me falte coragem pra viajar.
Nem para ter paciência, muito menos para não ter que esperar o momento certo (tenho coragem de admitir que ele não existe).
Coragem é a decisão tomada desse segundo em diante.
Ela não é. Simplesmente acontece no momento em que não existe mais volta.