Descubra a estratégia de planejamento e organização de gastos de viagem que mais funcionou para mim depois de um ano inteiro viajando sem parar.
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É importante saber que quanto mais cedo iniciar o seu planejamento melhores serão os resultados. E ele deve começar a partir do momento que você pensou em ganhar o mundo.
A ideia surgiu, você ficou empolgado e vê que é possível concretizar. Então pega papel e caneta, começa a pontuar o que é necessário fazer para conseguir o dinheiro e assim conseguir materializar.
Uma tarefa que é extremamente importante quando se pretende viajar é ter noção do quanto está sendo gasto no seu dia a dia e identificar se esses gastos são realmente necessários.
Essa é uma tarefa que requer não só tempo e dedicação, mas principalmente consciência, para estar disposto a cortar aquilo que não é essencial.
O mapeamento deve servir para responder duas perguntas básicas:
Não é necessário ser um especialista em economia, mas é preciso ter uma noção clara do que você tem em mãos para poder tomar decisões certas e fazer com que seu sonho de viajar o mundo não esteja tão distante.
Essa não é uma iniciativa fácil, porque necessita da sua disciplina em seguir o passo a passo descrito abaixo, mesmo que lhe pareça uma tarefa chata e entediante.
Ter consciência de quanto você pode gastar é fundamental para esse processo de organização financeira. Ao iniciar essa etapa você vai ter noção de onde pode obter renda para financiar a viagem e, o principal, quanto vai poder investir nesse sonho.
Tendo esses dois itens bem claros, é interessante que saiba respeitar o limite do seu bolso para que não cometa exageros que o faça passar necessidades durante a viagem e para que também possa usufruir de algumas regalias como - comer em um restaurante ou ficar uma noite em hotel - sem medo de que vá faltar dinheiro para os próximos destinos que pretende conhecer.
Após concluir sua análise pessoal financeira e ter um total em mãos, sugiro seguir uma regra bem simples de divisão que eu mesma desenvolvi durante um ano de mochilão e que tem me ajudado muito a controlar meus gastos: eu chamo de técnica "3D". Um nome prático para a distribuição do total que conseguiu reservar e que vai te impedir fazer uma série de anotações dos centavos que gastou e que com o tempo você acaba esquecendo de acrescentar na planilha de gastos.
Veja como é a divisão "3D" que, nesse caso, leva em consideração uma viagem de um ano:
Ciente dessa noção de gastos, você deve saber que nunca pode ultrapassar o limite mensal. Caso isso aconteça, você será prejudicado nos destinos seguintes.
Pode acontecer de você gastar mais em uma semana ou em um dia e aí você precisa ter em mente que se gastou mais hoje, amanhã vai ter que fechar a mão e minimizar os gastos para que no final não tenha que mexer na reserva do mês seguinte.
O oposto também pode ocorrer e dependendo do país no qual está, a cotação pode ser baixa e você gastará bem menos de R$57 por dia. A dica é guardar e no fim do mês fazer algo legal que não era necessário. Lembra da regalia que citei lá no início do tópico? Pois é aqui que ela se encaixa! Ou você pode deixar de saldo e acrescentar um destino a mais no seu roteiro.
Alguns aplicativos podem te ajudar nesse controle de gastos (seja antes ou durante a viagem), como Guia Bolso, Mobills, Finance e Zero Paper, por exemplo.
Super indico o app Trail Wallet, que controla seus gastos diários e mensais, mostra o gasto médio por dia em sua viagem, compara com o seu orçamento diário (pois você pode definir uma meta de gastos para cada país que visita) e detalha seus gastos por categoria.
Caso você opte pela planilha, sugiro digitar "planilha de gastos de viagem" no Google e escolher a que melhor se adapta a você diante das inúmeras possibilidades que vai encontrar.
Tratando-se da reserva, o ideal é sempre não ter que mexer nesse dinheiro. Afinal, é uma quantia separada para emergências como alguma enfermidade ou a compra de uma passagem de urgência.
Se você ainda sentir que precisará movimentar um pouco este recurso, primeiro tenha certeza de que poderá repor no futuro e depois pense se é realmente necessário mexer na sua reserva ou se não será um gasto supérfluo. Por fim, evite gastar mais de 40% do total guardado e você terá como se virar caso tenha alguma emergência.
Quando o cálculo dos seus gastos semanais estiver excedendo o limite de gastos que você projetou no começo da sua viagem é hora de repensar as coisas. Talvez uma simples avaliação dos gastos já ajude a descobrir onde está o erro, ou talvez você só precise mudar para um país mais barato onde os gastos serão reduzidos.
Projeção é tudo na hora de organizar o orçamento de uma viagem. Quanto mais antecedência você conseguir para definir os próximos passos, mais você vai economizar. Se tudo estiver certo, tenha certeza que os gastos de um mochilão low budget saem quase pela metade do valor que é viver no Brasil de forma convencional.
Essa conta deve levar em consideração tanto o custo de vida do local, quanto o seu próprio estilo de vida.
Se você é uma pessoa que adora comer fora, fazer compras, ir pra balada e frequentar os lugares mais populares da cidade, com certeza sua viagem sairá mais cara do que a de alguém que compra produtos locais e cozinha, toma uma cervejinha no hostel e prefere as atrações menos turísticas.
Para se ter uma ideia mais ou menos de quanto as coisas custam no seu destino, vale a pena dar uma pesquisada na internet no preço dos menus de fast food, da água, do pão, da cerveja e do bilhete de transporte. O valor desses itens costuma oferecer uma boa ideia do quanto será necessário para viver por ali.
Também é legal dar uma olhada no valor dos ingressos dos pontos turísticos que você faz questão de visitar para não ser pego de surpresa.
Por último, considere também o valor dos meios de transporte para se locomover pelo país e avalie a possibilidade de viajar de bicicleta, carona ou até mesmo a pé. Os bilhetes de avião e trem normalmente representam a maior parcela dos custos totais de uma viagem.
Antes de viajar é recomendável que faça uma busca a respeito do custo de vida nos países e cidades que pretende visitar, seja por um curto ou longo período. Assim, pode decidir melhor quanto tempo quer ficar e se é viável para o seu orçamento.
O Expatistan pode te ajudar nessa tarefa. O site colaborativo calcula o custo de vida em diferentes cidades pelo mundo a partir de informações postadas por usuários da plataforma e garante comparações reais de gastos em seis diferentes grupos, como transporte, alimentação, vestuário, moradia, entretenimento e itens de higiene e saúde. Outro banco de dados colaborativo é o Numbeo, além do custo de vida, a página tem ainda dados sobre índice de criminalidade e poluição.
Se depois de todas essas pesquisas você ainda tiver dúvidas, entre em contato com seu anfitrião na Worldpackers ou ainda com outro viajante que tenha feito a mesma viagem que você pretende fazer ou que tenha passado pelo destino que você quer passar. Use o conhecimento coletivo da comunidade a seu favor!